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Ambiente alimentar, renda e obesidade: uma análise multinível da realidade de mulheres no Sul do Brasil

O estudo teve como objetivo explorar as relações entre o ambiente alimentar da vizinhança e obesidade em mulheres na área urbana de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil, através de um inquérito transversal. O estudo teve uma amostra de 1.096 mulheres. Foram realizadas entrevistas estruturadas com um questionário padronizado e previamente testado. A obesidade foi definida como índice de massa corporal (IMC) ≥ 30kg/m2. Foram criadas zonas-tampão com raio de 400m em torno do centroide das residências das participantes nos 45 setores censitários. Os estabelecimentos varejistas com venda de alimentos na vizinhança foram identificados através de uma pesquisa sistemática das áreas do estudo, e foram coletadas as coordenadas geográficas dessas lojas. Os estabelecimentos foram avaliados com a ferramenta NEMS. A prevalência de obesidade foi 33% entre as participantes. Depois de ajustar para as variáveis individuais, os supermercados e os estabelecimentos com alimentos saudáveis mostraram uma associação positiva com a obesidade, RP = 1,05 (IC95%: 1,01-1,10), RP = 1,02 (IC95%: 1,00-1,04), respectivamente, enquanto que a renda média da zona-tampão mostrou associação negativa, RP = 0,64 (IC95%: 0,49-0,83). Os fatores de ambiente alimentar da vizinhança estiveram associados à obesidade, mesmo depois de controlar para as variáveis individuais, socioeconômicas, comportamentais e de compra de alimentos.

Palavras-chave:
Alimentação; Obesidade; Mulheres


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