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Aborto inseguro: determinantes sociais e iniquidades em saúde em uma população vulnerável, São Paulo, Brasil

Valendo-se de uma pesquisa de base populacional, com desenho transversal, realizada em uma comunidade da periferia de São Paulo, Brasil, que teve como objetivos estimar a prevalência de mulheres com aborto inseguro, identificar as características sociodemográficas a ele associadas, e sua morbidade, são discutidos neste artigo os resultados, após efetuadas análises de regressão logística multinomial univariadas e múltipla. Tem-se nos modelos finais da regressão: idade da 1ª relação sexual < 16 (OR = 4,80); número de parceiros no último ano > 2 (OR = 3,63); número de filhos nascidos vivos > ideal (OR = 3,09); aceitação do aborto por falta de condições econômicas (OR = 4,07); etnia negra/cor preta (OR = 2,67); e escolaridade baixa (OR = 2,46), todos com p < 0,05. Foi utilizada na discussão uma abordagem voltada aos determinantes sociais da saúde, segundo conceito e modelo adotados pela WHO, e às iniquidades em saúde por esses geradas na ocorrência do aborto inseguro. Verificou-se que o aborto inseguro e características sociodemográficas são influenciados pelos determinantes sociais da saúde descritos, gerando nessa população iniquidades em saúde de proporções diversas.

Aborto; Iniquidade Social; Medicina Social; Fatores Epidemiológicos


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