O artigo analisa as relações entre discriminação e saúde com base em uma revisão sobre os trabalhos teóricos e empíricos acerca de estigma e preconceito, e seus impactos na discriminação e na saúde. Argumenta-se que as pesquisas sobre tais temas têm sido desenvolvidas pela psicologia e pela psicologia social, tendo como foco o modo como as atitudes associadas ao estima e ao preconceito impactam nas práticas de discriminação e, em decorrência, na saúde. Todavia, é também identificada em pesquisas recentes uma crescente tendência de reconceituar estigma, preconceito e discriminação em relação aos modelos mais amplos de desigualdade social e violência estrutural, que destacam as relações de poder e exclusão que estruturam a vulnerabilidade como parte de um complexo processo social e político. Conclui-se analisando brevemente como a reconceitualização das práticas de discriminação tem contribuído para novas abordagens sobre saúde e direitos humanos, e para renovação do interesse na saúde e na justiça social, identificadas como duas tendências de grande importância no campo da saúde pública.
Estigma Social; Preconceito; Iniquidade Social