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Dimensões culturais e sociais da hipertensão no Brasil: uma revisão

A prevalência de hipertensão arterial varia bastante em relação a fatores sociais e culturais. As pesquisas iniciais sobre aculturação, status sócio-econômico e pressão arterial documentam essa variação, que não pode ser explicada totalmente por fatores convencionais. Tais conclusões estimularam o desenvolvimento de um modelo de estresse e doença. O modelo de estresse enfatiza a participação de fatores sociais e psicológicos que os indivíduos percebem como estressores, e fatores que podem ajudar a responder a tais fatores. Os modelos convencionais de estresse são problemáticos porque sua ênfase primária é na percepção individual, com pouca consideração para o contexto social e cultural em que o estresse ocorre. Este artigo apresenta um modelo complementar de influências sociais e culturais sobre risco de doenças, dando maior ênfase a como os indivíduos são capazes de aproximar seus próprios comportamentos aos modelos culturais de vida que são compartilhados pela comunidade. Esse conceito é denominado consonância cultural. Pesquisas no Brasil sugerem que quanto maior a consonância cultural de um indivíduo, menor sua pressão arterial. Tais resultados também sugerem a importância de vincular níveis diferentes de análise no entendimento do risco de doenças.

Hipertensão; Pressão Arterial; Cultura


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