A díade óculo-cardíaca havia sido proposta como o melhor fenótipo sentinela para detecção precoce da embriopatia rubéolica. Descrevem-se as distribuições têmporo-espaciais das prevalências ao nascimento dessa díade com material do Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC) em 36 hospitais brasileiros no período 1994-2008. Os 70 casos em 554.531 nascimentos mostraram uma variação sazonal significativa (Χ2 = 5,84; p < 0,05), o que sugere uma etiologia ambiental, com um aumento de casos de outubro a março com acrofase em dezembro. A variação secular das prevalências da díade foi compatível com o padrão observado para a distribuição da rubéola no país, com diminuição entre 1994-2004, e ulterior aumento até 2008. Identificaram-se dois conglomerados de alta e de baixa prevalência para a díade. Dentro do conglomerado de alta prevalência, observou-se significativo acréscimo secular a partir do ano 1999, não verificado no conglomerado de baixa prevalência, nem no resto dos hospitais em estudo, compatível com a série de surtos epidêmicos registrados para a infecção rubeólica no Brasil em 1998-2000 e em 2006.
Síndrome da Rubéola Congênita; Anormalidades Congênitas; Análise por Conglomerados