Acessibilidade / Reportar erro

Vulnerabilidade e percepção de saúde auto-referida entre fumantes leves e pesados: a relação com mensagens anti-fumo voltadas para o apelo ao medo imediato

É importante incentivar os fumantes a adquirir algum nível de percepção do risco associado ao seu comportamento atual, para motivá-los a parar de fumar. O artigo procura elucidar em que medida o conteúdo do apelo ao medo imediato contido em mensagens anti-fumo nas campanhas governamentais pode interagir com o consumo diário de cigarros, no sentido de afetar as vulnerabilidades dos fumantes, expressas pela percepção de saúde auto-referida. Um modelo de Poisson foi utilizado para estimar a razão de prevalências de percepção de saúde auto-referida regular ou ruim, segundo consumo diário de cigarros. Calculou-se também a proporção de fumantes que afirmou que mensagens anti-fumo impressas em maços de cigarros incentivam as pessoas a para de fumar, estratificada por percepção de saúde auto-referida e consumo diário de cigarros. A proporção de fumantes com percepção de saúde auto-referida regular ou ruim foi 25% maior entre aqueles que fumavam > 20 cigarros/dia (p = 0,01). Entre fumantes com percepção de saúde auto-referida regular ou ruim, os fumantes pesados apresentaram as proporções mais elevadas de respostas em favor das mensagens anti-fumo mais identificadas com perdas na vida cotidiana, como falta de fôlego e sentir-se incomodado pela própria dependência em relação ao cigarro. Mensagens anti-fumo voltadas para perdas em curto prazo parecem ter aumentado a conscientização dos fumantes mais pesados em relação à sua própria vulnerabilidade.

Abandono do Hábito de Fumar; Campanhas para o Controle do Tabagismo; Medição de Risco


Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rua Leopoldo Bulhões, 1480 , 21041-210 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.:+55 21 2598-2511, Fax: +55 21 2598-2737 / +55 21 2598-2514 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br