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Violência e determinantes sociais da saúde no Brasil: associação entre homicídios, urbanização, população, desigualdade e desenvolvimento

O objetivo foi analisar as relações entre violência homicida, desenvolvimento humano, desigualdade, tamanho populacional e taxas de urbanização nos municípios brasileiros. Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo de 5.570 municípios brasileiros que analisa as relações entre a taxa média de homicídios registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (de 2005 a 2015) e indicadores selecionados: índices municipais de desenvolvimento humano (IDH-M), coeficientes de Gini, taxas de urbanização e população quantitativa. A análise do efeito relativo (%) das variáveis sobre o risco de violência homicida mostrou maior associação com municípios mais populosos (log 10) (80,8%, IC95%: 73,0; 88,8), mais urbanizados (8%, IC95%: 6,7; 9,2), com maiores coeficientes de Gini (6%, IC95%: 2,6; 9,5); enquanto a relação com IDH-M é inversa (-17,1%, IC95%: -21,4; -12,6). Políticas nacionais que visam limitar o crescimento populacional e a urbanização das cidades brasileiras mais populosas poderiam reduzir as taxas de homicídios em todo o país. Reduzir as desigualdades e investir em políticas municipais de educação social, saúde e renda também poderiam reduzir o número de homicídios. Estima-se que uma melhoria de 0,1 no IDH-M dos municípios causaria uma redução nacional entre 7.560 a 12.834 homicídios anuais, enquanto uma diminuição de 0,1 em desigualdade de renda (coeficiente de Gini) significaria salvar entre 1.569 e 5.448 vidas por ano.

Palavras-chave:
Homicídio; Desenvolvimento Humano; Fatores Socioeconômicos; Violência


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