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Relações entre clima e doença: febre do Vale do Rift, no Quênia

Entre 1950 e 1998 houve surtos de febre no Vale do Rift, no Quênia, após períodos de aumentos pluviométricos anormais. Em escala interanual, esses períodos estiveram associados à fase quente do fenômeno ENSO (El Niño/Southern Oscillation) na África Oriental. As chuvas alagam os criadouros de mosquitos - dambos -, cujos ovos, infectados pela via transovariana, eclodem, produzindo mosquitos Aedes, transmissores do vírus da febre do Vale do Rift aos seres humanos e, em especial, ao gado. A análise dos dados históricos sobre surtos de febre do Vale do Rift e indicadores do fenômeno ENSO - incluindo temperaturas superficiais dos Oceanos Pacífico e Índico e o Índice de Oscilação Sul - mostrou que mais de 75% dos surtos ocorreram em períodos quentes do ENSO. Na época estudada - 1981-1998 -, o mapeamento das condições ecológicas via satélite (NDVI)- com dados normalizados sobre diferenças na vegetação - evidenciou que as áreas de surto apresentaram desvios anômalos na intensidade do verde da vegetação (indicador de pluviosidade alta), em particular, nas regiões áridas da África Oriental - as mais afetadas pela febre. Os resultados indicam associação estreita entre variabilidade climática interanual e surtos de febre do Vale do Rift no Quênia.

Febre do Vale do Rift; Surtos de Doenças; Aedes; Insetos Vetores; Ecossistema


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