Objetivou-se identificar os fatores de longitudinalidade do cuidado associados à adesão das mulheres à consulta puerperal no Brasil. Trata-se de um estudo transversal com dados secundários de 19.177 puérperas que participaram da avaliação externa do terceiro ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), de 2017. A variável dependente foi a realização de consulta puerperal e as variáveis independentes, agrupadas em níveis de maneira hierarquizada, foram as sociodemográficas e econômicas, como nível distal; e questões análogas à longitudinalidade do cuidado, como o nível proximal. Realizou-se análise de regressão logística múltipla, com entrada hierarquizada das variáveis, sendo as variáveis sociodemográficas e econômicas utilizadas para ajuste do modelo. Os resultados mostraram que a proporção de mulheres que realizaram consulta puerperal foi de 53%. Mulheres que receberam visita domiciliar do agente comunitário de saúde (ACS) na primeira semana após o parto (OR = 4,81), com sete ou mais consultas de pré-natal (OR = 2,74), que procuraram atendimento na unidade de saúde em questão (OR = 1,21) e atendidas pelo mesmo(a) médico(a) (OR = 1,14) têm mais chance de aderir à consulta puerperal. Conclui-se que a proporção de realização da consulta puerperal é baixa (53%), e que a adesão das mulheres à consulta puerperal é maior quando recebem visita do ACS, são acompanhadas pelo(a) mesmo(a) médico(a), têm acompanhamento pré-natal e têm uma unidade de saúde como fonte regular de cuidado. A longitudinalidade do cuidado foi identificada como um atributo da atenção primária que deve ser fortalecido para aprimorar a atenção pós-parto.
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Período Pós-Parto; Saúde da Mulher; Continuidade da Assistência ao Paciente