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Verrugas anogenitais na infância: abuso sexual ou contaminação não-intencional?

Verrugas anogenitais (VAG) são de reconhecimento recente na criança e seu significado como sinal de abuso sexual é controverso. Relatamos nossa abordagem multidisciplinar (cirurgião pediatra, psicólogo, assistente social, conselheiro de ética e eventualmente agente legal) e seus resultados, num grupo de 17 crianças com VAG tratadas em um hospital público de referência no Rio de Janeiro, Brasil, em um período de três anos (1996-1999). Todos foram tratados por eletrocoagulação das verrugas, testadas para outras DSTs, e submetidos a um exame perineal sob anestesia. Todas as famílias foram amparadas pelos assistentes sociais e psicólogos na medida do necessário, e casos de violência comprovada ou suspeita foram encaminhados de acordo com as leis brasileiras. Foi descoberta uma alta incidência de abuso sexual previamente insuspeito (oito crianças, 5/7 dos maiores de cinco anos de idade), três casos foram inconclusivos quanto à presença de abuso sexual e sete foram considerados transmissão não agressiva (5/8 dos menores de quatro anos de idade). Concluímos que VAG em crianças são muito sugestivas de abuso sexual, em especial, mas não exclusivamente, em idade escolar, mas é necessário amplo suporte e abordagem multidisciplinar para evidenciar o abuso ocorrido.

Maus-Tratos Sexuais Infantis; Condiloma Acuminado; Papilomavírus Humano; Doenças Sexualmente Transmissíveis


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