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Caracterização química e bioquímica de soja produzida sob condições de déficit hídrico

O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja (Glycine max L. Merrill) do mundo. Em 2005, a soja produzida no sudeste do Brasil sofreu estresse hídrico devido a temperaturas altas e umidade baixa durante o período reprodutivo. Pouco se sabe do efeito de déficit hídrico sobre a qualidade dos grãos. Neste trabalho, foram analisadas características químicas e bioquímicas de cinco amostras de soja, pertencentes a três cultivares que haviam sofrido déficit hídrico durante a fase de maturação. As amostras não atenderam às especificações para comercialização e continham elevado teor de grãos verdes. Foram analisados aparência, peso de 100 grãos, umidade, atividade de água, proteínas, lipídios, atividade de lipoxigenase 1, acidez, peróxidos e presença de pigmentos após a colheita e após 20 meses de armazenamento em temperatura ambiente. A acidez foi medida adicionalmente após 30 meses de armazenamento. A atividade de água e a umidade mantiveram-se constantes durante todo o período e variaram entre 0,6-0,7 e 8,7-11,9%, respectivamente, mas houve aumento de acidez, o que implica em atividade de lipases. A atividade da lipoxigenase foi fortemente prejudicada. Imediatamente após a colheita os pigmentos predominantes foram feofitina a e b, quantidades reduzidas de clorofila b e a e traços de outros compostos de degradação da clorofila. Após 20 meses de armazenamento, quase todos os pigmentos verdes haviam desaparecido. O estresse hídrico provavelmente aumentou a permeabilidade de membranas o que provocou redução de pH e promoveu a transformação de clorofilas em feofitinas.

Glycine max; qualidade dos grãos; condições climáticas; armazenamento


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