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Análise eletroforética para detectar e quantificar soro de leite adicional em leite e bebidas lácteas

A adulteração de bebidas lácteas, distribuídas no Programa Nacional da Merenda Escolar, pela adição de soro, foi investigada através da análise eletroforética em sistema de SDS-PAGE. Soluções aquosas de amostras em uréia 8M, foram submetidas a um gradiente de 10% a 18% de gel de poliacrilamida. Após a eletroforese, o gel corado com "Comassie Blue" foi submetido à densitometria para identificação e quantificação das proteínas lácteas. A partir de amostras de leite em pó, previamente adulteradas com diferentes proporções de soro em pó (0 a 100%) foi observada alta correlação linear entre a concentração relativa de soro adicionado ao leite e as concentrações de proteínas lácteas. Esta correlação foi inversamente proporcional ao percentual de caseínas (r² = 0,987) e diretamente proporcional à soma dos percentuais de beta -lactoglobulina e alfa -lactalbumina (r² = 0,979) apresentados nos densitogramas. A partir da curva padrão de caseínas versus soro adicionado foi estimada a magnitude das adulterações encontradas nas bebidas lácteas sabor chocolate e café do programa da merenda escolar. Tendo em vista que, amostras de leite em pó comerciais analisadas através deste método apresentaram uma concentração mínima de 72% de caseínas, as bebidas lácteas, contendo percentual igual ou superior a este valor, foram consideradas livres de soro adicional. Baseado neste critério, cerca de 49 % das bebidas lácteas, sabor café, e 29 % sabor chocolate, de um total de 58 amostras analisadas por sabor, apresentaram adulteração. O método proposto apresenta uma sensibilidade de 5% de soro adicionado.

Leite; proteínas lácteas; caseína; soro; adulteração


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