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Achados Anatômicos e Neuropsicológicos de Idosos Cognitivamente Saudáveis com Baixa Escolaridade em uma Coorte Brasileira

RESUMO

Sabe-se que baixos níveis de educação são comuns em países em desenvolvimento. Em indivíduos idosos, em particular, baixos níveis de educação podem representar um fator de risco para o desenvolvimento de demência. Objetivo: Este estudo examina os correlatos cognitivos e neuroanatômicos de escolaridade alta versus baixa, em idosos cognitivamente saudáveis,vivendo em comunidade no Brasil. Métodos: Cinquenta e três idosos (média de idade: 68±5,3) foram divididos em um grupo de “baixa escolaridade” [LE; 1-4 anos de escolaridade (N=33)] e um grupo de “alta escolaridade” [HE; >11 anos de escolaridade (N=20)]. Ambos os grupos completaram uma bateria neuropsicológica abrangente e foram submetidos à RM estrutural in vivo próximo à testagem. Resultados: O nível educacional aumentou a chance de se obter melhores pontuações em testes neuropsicológicos, incluindo evocação verbal e visual da informação, aprendizagem verbal, fluência de categoria, cognição global e vocabulário. Escores mais altos foram encontrados no grupo HE, em detrimento do LE. Apesar disso, não houve diferenças entre os grupos nas medidas de ressonância magnética in vivo. Conclusão: Idosos com maiores níveis de escolaridade apresentaram melhores pontuações nas medidas neuropsicológicas da cognição, destacando a necessidade de normas ajustadas à educação nos países em desenvolvimento. Não havendo diferenças na anatomia estrutural entre os grupos, os achados parecem ser melhor explicados pelas teorias da “reserva cognitiva”.

Palavras-chave:
reserva cognitiva; níveis de escolaridade; envelhecimento cognitivo; ressonância magnética; avaliação neuropsicológica

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