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PREVALÊNCIA DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM INDÍGENAS BRASILEIROS DO AMAZONAS

RESUMO.

No mundo, estudos sobre a prevalência de demência em idosos indígenas são insuficientes, porém nas evidências disponíveis, a prevalência varia de baixa a muito alta, com início precoce da doença e elevada taxa de mortalidade após o diagnóstico inicial. As evidências em países de baixa e média renda são escassas, e neles a prevalência de demência aumentará significativamente nas próximas décadas. Objetivo: Determinar a prevalência de déficit cognitivo e fatores associados em indígenas brasileiros da etnia Mura no Amazonas, Brasil. Métodos: Duzentos e dezessete indígenas com 50 anos ou mais do Amazonas, Brasil, foram submetidos a avaliação cognitiva. Atenção, memória, fluência verbal, desempenho visuoespacial e estado de humor compuseram o diagnóstico de déficit cognitivo. Resultados: A prevalência de déficit cognitivo foi de 43,3% (intervalo de confiança - IC95% 36,6-49,7) e variou de acordo com a idade [odds ratio - OR=1,03 (IC95% 1,00-1,06)], educação [OR=0,74 (IC95% 0,62-0,87)], índice de massa corporal [OR=0,91 (IC95% 0,83-0,98)] e renda [OR=0,52 (IC95% 0,27-0,99)]. Conclusões: O comprometimento cognitivo teve início precoce na comunidade indígena, sendo sua prevalência maior em idosos com baixa escolaridade e baixa renda familiar. Esses achados destacam a importância da implementação de políticas públicas de saúde indígena, com foco na formação de profissionais de saúde, para a detecção precoce do déficit cognitivo.

Palavras-chave:
Disfunção Cognitiva; Demência; Grupos Populacionais; Epidemiologia; Prevalência

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