Resumo
Mudanças cognitivas no envelhecimento normal podem se assemelhar às alterações nos períodos iniciais de um processo demencial. Estudos longitudinais possibilitam um entendimento melhor desta progressão.
Objetivos:
Avaliar, em um estudo longitudinal de três anos, a evolução cognitiva e funcional de sujeitos sem demência da comunidade.
Métodos:
Após três anos de uma primeira avaliação de 168 sujeitos, em 2006, 73 sujeitos foram reavaliados em 2009 quanto à cognição e funcionalidade, através do Mini-Exame do Estado Mental (Mini-Mental), Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC) e Questionário de Atividades Instrumentais (Pfeffer). A análise estatística constou de medidas descritivas, teste de Wilcoxon para comparação intragrupo e coeficiente de correlação de Spearman para comparação entre escores cognitivos e de funcionalidade.
Resultados:
Após três anos, o teste de Wilcoxon evidenciou declínio cognitivo discreto, porém significativo (Mini Mental: -0.7 pontos; p=0.02; Z= -2.29; e escore global da BBRC: +3.6 pontos; p=0.02; Z= -2.29), além de declínio funcional (Peffer: +0.7 pontos; p= 0.001; Z= -3,38).
Conclusões:
Após três anos de seguimento, observou-se discreto, porém significativo, declínio cognitivo e funcional dos sujeitos. A BBRC e o Mini-Mental mostraram-se eficazes para o screening cognitivo. O seguimento cognitivo longitudinal representa uma estratégia importante para a identificação precoce de possível evolução de uma condição de normalidade para um processo demencial.
Palavras-chave:
estudo longitudinal; avaliação cognitiva; demência