RESUMO
A forma de cuidar o paciente tem uma influência importante no prognóstico da demência, principalmente no que diz respeito às estratégias utilizadas por cuidadores para manejar sintomas comportamentais destes pacientes. Assim, faz-se necessário avaliar quais características dos cuidadores poderiam influenciar na escolha de uma estratégia específica para manejo da demência.
Objetivo:
Avaliar a correlação de variáveis dos cuidadores com as diferentes formas de manejo da demência.
Métodos:
Estudo transversal, com 45 cuidadores profissionais de duas instituições de longa permanência para idosos de Porto Alegre, Brasil. Idade, gênero, escolaridade, nível socioeconômico, anos de trabalho como cuidador, sobrecarga de cuidado, sintomas ansiosos e depressivos e estratégias de gerenciamento da demência foram avaliados. Foram utilizados os testes de correlação de Pearson ou Spearman, de acordo com a distribuição das variáveis (paramétricas ou não-paramétricas). Foi considerado como estatisticamente significativos valores de p < 0,05.
Resultados:
Houve correlação positiva moderada e significativa entre sobrecarga de cuidado pela Escala de Zarit e criticismo pela Escala de Estratégia de Gerenciamento da Demência (Spearman rho = 0,555, p < 0,001). Não foram observadas outras correlações.
Conclusão:
Entre as características dos cuidadores que afetam diretamente a forma de manejo da demência, percebemos que a sobrecarga de cuidado foi associada ao alto criticismo, uma forma autoritária de manejo da demência. Este estudo exploratório aponta que uma possível maneira de reduzir estratégias negativas de gerenciamento da demência é reduzir a sobrecarga do cuidador.
Palavras-chave:
demência; estratégias de gerenciamento; cuidadores profissionais; sobrecarga