Doença de Alzheimer (DA) é caracterizada por prejuízo na memória e em outras funções cognitivas, como a linguagem, que pode ser afetada em todos os aspectos, incluindo o discurso. Tarefa de descrição de figura é considerada uma forma eficaz de obter amostra de discurso cuja característica fundamental é a capacidade de recuperar itens lexicais adequados. Não há consenso nos achados sobre deterioração no desempenho do conteúdo do discurso na fase leve da DA.
OBJETIVO:
Comparar a quantidade e a qualidade do conteúdo do discurso em pacientes com DA leve, moderada e controles.
MÉTODOS:
Foi feito um estudo transversal cuja amostra foi composta por indivíduos a partir de 50 anos, de ambos os sexos, com um ou mais anos de escolaridade. Foram divididos em três grupos: controle (GC), DA leve (ADG1) e DA moderada (ADG2) e a eles foi solicitado descrever a "prancha do roubo dos biscoitos". Considerados na análise o número total de palavras completas faladas e o de unidades de informação (UI).
RESULTADOS:
Não houve diferença significativa entre os grupos. Para o número de palavras, o CG apresentou desempenho significativamente melhor que AD1 e AD2, não houve diferença entre os dois últimos grupos. O GC produziu quase o dobro de unidades de informação em relação ao ADG1 e mais que o dobro do que ADG2. Além disso, o ADG2 apresentou pior desempenho nas UI em comparação ao ADG1.
CONCLUSÃO:
Foi observado um evidente prejuízo no desempenho quanto à quantidade e ao conteúdo do discurso em pacientes com DA a partir da fase leve. Entretanto apenas o conteúdo continuou a se agravar com a progressão da doença.
doença de Alzheimer; demência; linguagem