RESUMO
Introdução:
O desvio de septo nasal (DSN) é a causa estrutural mais frequente de obstrução nasal, afetando de 65% a 80% da população adulta. A expansão rápida da maxila (ERM), atualmente utilizada para o tratamento da deficiência transversa da maxila, também pode influenciar na geometria da cavidade nasal.
Objetivos:
O presente estudo teve como objetivo avaliar, usando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), as mudanças no DSN após o tratamento com ERM em pacientes pré-púberes.
Métodos:
Esse estudo exploratório retrospectivo avaliou 20 pacientes pré-púberes (idade média de 10 ± 2 anos) com deficiência transversa da maxila tratados com ERM, e que apresentavam DSN de leve a moderado, como um achado incidental. Foram realizadas medições da tortuosidade e área do DSN. Essas medições foram feitas em cortes transversais e coronais das TCFCs pré- e pós-tratamento com ERM. A confiabilidade intraexaminador também foi aferida por meio do coeficiente de correlação intraclasse.
Resultados:
O DSN era leve em 13 pacientes (65%) e moderado em 7 (35%). O índice de tortuosidade do DSN não mudou significativamente ao longo do tempo (diferença média = 0,002 mm/ano, IC 95%; p= 0,58). A área do DSN não mudou significativamente ao longo do tempo (diferença média = 2,103 mm2/ano, IC 95%; p= 0,38). O coeficiente de correlação intraclasse foi igual a 0,73 (IC 95%) para a tortuosidade do DSN e 0,84 (IC 95%) para a área do DSN.
Conclusões:
Os valores de tortuosidade e da área do DSN sugeriram potenciais mudanças no DSN, mas com pequena relevância clínica, nos pacientes pré-púberes tratados com ERM. Estudos adicionais utilizando TCFC em amostras maiores são necessários para esclarecer o papel da ERM no tratamento do DSN.
Palavras-chave:
Desvio de septo nasal; ERM; Expansão rápida da maxila; Deficiência transversa da maxila