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Poesia e guerra: ação e melancolia em Vallejo e Drummond1 1 Este ensaio é um desdobramento da palestra que proferi, ao lado de Alfredo Bosi, em 2015, no auditório da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, num evento de comemoração dos 70 anos de publicação de A rosa do povo, promovido pela Princeton University e pela Universidade de São Paulo. Em certo sentido, ele é também a continuação da conversa que havíamos entretido - vários colegas da USP e de universidades estrangeiras - em Princeton, algumas semanas antes. Agradeço a Vagner Camilo pela parceria na organização do evento, e especialmente a Alfredo Bosi (in memoriam), cujas lições de poesia tanto nos faltam, hoje. Lembro finalmente de minha alegria quando me dei conta de que a palestra de Bosi, no evento supracitado, seria sobre “Visão 1944”, poema também fundamental para a reflexão que eu proporia logo em seguida, sobre Drummond e Vallejo.

RESUMO

A relação entre poesia e guerra é longeva e aponta para os arcanos do gênero, da gesta clássica à falência moderna do herói. Contrapondo A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade, aos poemas de España, aparta de mí este cáliz, de César Vallejo, pretende-se compreender como, enquanto intelectual, o poeta se situa entre a saída melancólica e a sustentação viril da voz, entre o retraimento do ser pelo horror e pela impotência, e o êxtase que preside à ação. Tendo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Civil Espanhola como referentes, as duas poéticas revelariam formas diversas de atenção ao momento histórico, bem como de lealdade a suas vítimas.

PALAVRAS-CHAVE:
Poesia e guerra; Crise do herói; Segunda Guerra Mundial; Guerra Civil Espanhola; Carlos Drummond de Andrade; César Vallejo

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