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IDENTIDADE DOCENTE COM FOCO NO CENÁRIO DE PESQUISA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

TEACHING IDENTITY IN FOCUS IN THE RESEARCH SCENARIO: A SYSTEMATIC REVIEW

RESUMO:

Trata-se de um estudo bibliográfico que se utilizou do método de revisão sistemática. O objeto de estudo é a identidade docente. As bases de dados consultadas foram o Portal Capes, BVS e SciELO Brasil. Compuseram esta revisão trinta e três artigos. As categorias de análise das características definidoras da identidade docente foram: identidade missionária, identidade instrumental, identidade proletária e identidade profissional, a qual para cada uma delas foram criadas subcategorias que as representassem. Os resultados obtidos apontaram que a identidade docente é coabitada por estas categorias, sendo as mais frequentes, a identidade missionária e a identidade profissional. E, a menos frequente, a identidade proletária. Os estudos apontaram para a necessidade de investigações empíricas visando identificar as injunções sociológicas e psicológicas da trajetória do sujeito professor que se articulam na composição de suas identidades docentes e como ele lida com essas injunções no exercício de sua atuação profissional.

Palavras-chave:
Revisão sistemática; Identidade; Identidade docente

ABSTRACT:

It is a bibliographic study that used the systematic review method. The object of study is the teaching identity. The databases consulted were Portal Capes, BVS and SciELO Brazil. Thirty-three articles have compiled this review. The categories of analysis of the defining characteristics of the teaching identity were: missionary identity, instrumental identity, proletarian identity and professional identity, which for each of them were created subcategories that represented them The results obtained pointed out that the teaching identity is cohabited by these categories, the most frequent being missionary identity and professional identity. And less frequent, the proletarian identity. The studies pointed to the need for empirical investigations aiming at identifying the sociological and psychological injunctions of the trajectory of the subject teacher that are articulated in the composition of his teaching identities and how he deals with these injunctions in the exercise of his professional performance.

Keywords:
Systematic review; Identity; Teaching identity

INTRODUÇÃO

Este artigo é fruto de investigação bibliográfica como parte integrante da pesquisa de Doutorado da primeira autora. Objetiva-se dar visibilidade à produção científica em torno da temática identidade docente por meio da metodologia de revisão sistemática. No intuito de consubstanciar esta investigação, o estudo orientou-se pelas seguintes questões de pesquisa: Quais são os contextos de pesquisas que têm atraído pesquisadores para investigar a temática identidade docente vinculada à área profissional da educação? Existem estudos publicados sobre identidade docente com foco no professor alfabetizador? Que fundamentos teóricos têm sido utilizados para conceituar identidade e identidade docente? Que características da identidade docente têm sido discutidas?

Partindo destas indagações, constituiu-se como objetivos específicos: fazer um levantamento da produção científica sobre identidade docente vinculada à educação; identificar quais aportes teóricos vem sendo mais utilizados nas pesquisas para fundamentar o conceito de identidade e identidade docente; identificar quais características tem definido a identidade docente; verificar se dentre as pesquisas analisadas há menção ao professor alfabetizador.

DESENHO METODOLÓGICO

Esta revisão sistemática ocorreu em 2017 e 2018. Em 2017 consultou-se as bases de dados Portal Capes e BVS. A opção por utilizar a base BVS se deu pelo fato da pesquisa de doutoramento da primeira autora ser em psicologia. Após a conclusão desta busca verificou-se a necessidade de incluir base de dados próprio de armazenamento de pesquisas educacionais. Ao consultar outras bases de dados, optou-se por incluir a base Scielo Brasil. Esta opção teve como propósito visibilizar o que se tem circulado nos discursos acadêmicos sobre identidade no Brasil e países irmãos no sentido de ter como traço comum a localização geográfica, histórico de colonização e a miscigenação cultural. Após a busca realizada nestas três bases de dados, verificou-se que o descritor compatível à identidade docente indexado pela Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased) corresponde à identidade profissional. Considerando a relevância para maior abrangência dos dados, optou-se por incluir na busca de informações esta última base de dados

Definido as bases de dados, Portal, Capes, BVS, Scielo Brasil e Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased), delimitou-se os seguintes critérios de inclusão: corresponder à artigos publicados a partir de 2006; serem avaliados por pares; possuir pelo menos um autor com titulação de Doutorado; ter a expressão identidade docente ou outra similar que refere-se à identidade profissional do professor nos objetivos; ter como uma das temáticas centrais no corpo da pesquisa a questão da identidade docente. Para realizar a busca, utilizou-se o descritor “identidade docente” nas três primeiras bases. A opção pelo descritor “identidade docente se deu em função de já fazer uma primeira filtragem excluindo todas as pesquisas referentes à identidade profissional em outras áreas profissionais. Quanto à bases de dados Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased), utilizou-se o descritor indexado “identidade profissional”. O resultado da busca está apresentado no quadro a seguir, tendo sido eliminado os artigos já localizados nas bases anteriores:

QUADRO 1
Busca Portal Capes, BVS, Scielo Brasil e Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased)

Conforme indica os dados, no Portal Capes foram encontradas cento e sessenta e uma pesquisas que atendiam aos critérios de inclusão relacionados ao período de abrangência, a avaliação por pares e a titulação dos autores. Foi utilizado como filtro o tópico em que o termo identidade fosse o tema central nos idiomas inglês, português e espanhol, resultando na permanência de vinte e oito artigos. Após a leitura dos resumos, eliminou-se os artigos que não atendiam o critério de constar a expressão identidade docente ou similar nos objetivos, ou por não corresponderem à pesquisa sobre identidade docente no âmbito educacional, restando um total de quinze artigos. Já a exclusão após a leitura integral foi por não ter a temática identidade docente como um dos aspectos centrais no corpo da pesquisa, resultando seis artigos incluídos desta base.

Em relação ao Portal BVS, com o descritor “identidade docente” localizou-se duzentos e vinte e sete pesquisas. No primeiro refinamento selecionou-se ‘textos completos’ e eliminou os repetidos na própria base e no Portal Capes, reduzindo para sessenta e sete artigos. Após a leitura do resumo, foram excluídos trinta e cinco artigos por abordarem a questão da identidade docente de outras profissões, ou por não constar a expressão identidade docente ou similar nos objetivos, reduzindo para trinta e dois artigos. Após a leitura integral foram incluídos desta base dez artigos.

A busca na base Scielo Brasil ocorreu em março de 2018 seguindo o mesmo processo metodológico de busca no Portal Capes. Com o descritor “identidade docente” foram localizados cento e cinquenta e seis artigos. Após refinar pelos critérios de inclusão e eliminar os repetidos nas bases anteriores, restaram trinta e dois artigos. Deste montante, dez foram excluídos pelo resumo e cinco após a leitura integral, resultando em dezessete artigos da base Scielo Brasil inseridos nesta revisão sistemática.

Em se tratando da base Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased), a busca ocorreu em novembro de 2018, também seguindo os mesmos critérios metodológicos já utilizados, porém com o descritor “identidade profissional”. Neste portal localizou-se cento e trinta e nove artigos. A partir da primeira filtragem e eliminando os repetidos nas bases anteriores, permaneceram trinta e cinco artigos. Destes, restaram vinte e seis após a leitura dos resumos e incluídos dezenove após a leitura integral. Assim, foram incluídos nesta revisão sistemática cinquenta e dois artigos publicados entre 2006 à 2018 sendo, seis retirados da base Portal Capes, dez da BVS, dezessete da Scielo Brasil e dezenove da Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased).

Na organização dos dados, apresenta-se o conceito de identidade e de identidade docente retirado dos aportes teóricos apresentados nas pesquisas analisadas. Em seguida discute-se as características definidoras da identidade docente encontradas nas pesquisas que são aqui interpretadas a partir das categorias: identidade missionária; identidade instrumental; identidade proletária; e identidade profissional. Logo após, apresenta-se um panorama dos campos investigativos das pesquisas analisadas para situar o lugar destinado à identidade do professor alfabetizador no cenário de pesquisa. Nas considerações finais as autoras apresentam uma análise reflexiva sobre os avanços e lacunas que carecem de mais investimento investigativo.

TRATAMENTO DOS DADOS

IDENTIDADE

Neste item analisa como a questão da identidade foi tratada nas pesquisas que compuseram esta revisão sistemática e apresenta o conceito de identidade pela ótica dos referenciais que foram utilizados. Destes, treze são artigos teóricos e trinta e nove de pesquisas empíricas. Entre os critérios de inclusão adotados nesta revisão encontra-se: a necessidade de corresponder à publicações a partir de 2006; constar nos objetivos a expressão identidade docente ou similar; e, a temática identidade docente fazer parte da centralidade investigativa, estas informações podem ser visualizadas nos quadro s a seguir:

QUADRO 2
Demonstrativo dos artigos teóricos

Nos treze artigos teóricos, identificou-se as seguintes temáticas articuladas à questão da identidade docente: as consequências que a nova regulação educativa na América Latina tem tido sobre o trabalho docente (OLIVEIRA, 2006OLIVEIRA, Z. de M. R. de, . Construção da identidade docente: relatos de educadores de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 129, p.547-571, set./dez. 2006.; 2008); subjetividade e objetividade na construção social da identidade docente (SILVA; CARVALHO, 2006SILVA, T. G. da; CARVALHO, M. V. C. de. A dialética da subjetividade versus objetividade desvelando o movimento de se tornar professor. Linguagens, Educação e Sociedade Teresina, PI, ano 11, n. 15, p. 93-104, jul./dez., 2006.); o fenômeno da sindicalização dos professores (FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.); a docência a partir de múltiplos condicionantes (TEIXEIRA, 2009TEIXEIRA, G. F. M. Docência: uma construção a partir de múltiplos condicionantes. B. Tec. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n. 1, jan/abr., 2009.); desafios e problemas que a escola e o professores enfrentam na atualidade (MORGADO, 2011MORGADO, J. C. Identidade profissional docente: sentidos e (im)possibilidades. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 793-812, out./dez., 2011.); elementos que constituem o habitus profissional de professor (NETO; BENITES; SILVA, 2010SNETO, S. de; BENITES, L. C.; SILVA, M. F. G. da. Da escola de ofício a profissão educação física: a constituição do habitus profissional de professor. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4p. 1033-1044, out./dez. 2010.); O conceito de identidade em pesquisas sobre formação de professores (FARIA; SOUZA, 2011FARIA, E. de; SOUZA, V. L. T. de. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 35-42, jan./jun. 2011.); a noção de profissionalidade relacionada à macroestrutura e suas repercussões na profissionalização docente (CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.); a investigação psicológica e educacional (TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.); os processos de formação com foco nas metodologias que envolvem narrativas biográficas (ALVES; CALSA; MORELI, 2015ALVES, C. J. G.; CALSA, G. C.; MOREL, L. de S. Narrativas biográficas: a formação docente do ponto de vista do aprendente. Constr. Psicopedag., São Paulo, v. 23, n. 24, p. 77-89, 2015.); a identidade profissional do professor de Educação Física (MATOS; NISTA-PICCOLO; BORGES, 2016MATOS, T. S.; NISTA-PICCOLO, V. L.; BORGES, M. C. Formação de professores de Educação Física: identidade profissional docente. Conhecimento & Diversidade, Niterói, v. 8, n. 15, p. 47-59, jan./jun., 2016.); e, identidade e identidade profissional (VOZNIAK; MESQUITA; BATISTA, 2016VOZNIAK, L.; MESQUITA, I.; FAZENDEIRO BATISTA, P. A identidade profissional em análise: um estudo de revisão sistemática da literatura. Educação: Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 281-296, maio/ago., 2016.).

QUADRO 3
Demonstrativo dos artigos empíricos.

No que se refere à centralidade da temática identidade docente, nas trinta e nove pesquisas empíricas, os resultados encontrados foram os seguintes:

  1. ) A construção da identidade docente (MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; SALVADORI, 2007SALVADORI, M. Â. B. Inspirações da memória e identidade docente. Pro-Posiçõesv. 18, n. 2 (52), p. 167-181, maio/ago., 2007.; CUNHA et al., 2007CUNHA, R. B.; FERNANDES, C. H.; MOTA, A. A. D.; NOGUEIRA, E. G. D. Professor/a: os elementos de uma identidade em construção. Pro-Posições, v. 18, n. 1(52), p. 153-167, jan./abr., 2007.; OLIVEIRA; GRIGOLI, 2008OLIVEIRA, D. A. O trabalho docente na América Latina: identidade e profissionalização. Revista Retrato de Escola, Brasília, v. 2, n. 2-3, p. 29-39, jan./dez., 2008.; MALATER, 2008MALATÉR, L. S. de O. Discurso de uma futura professora sobre sua identidade profissional. Rev. Brasileira de Linguística Aplicada, v. 8, n. 2, p. 445-464, 2008.; MATHEUS; NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; BRANDO; CALDEIRA, 2009BRANDO, F. da R.; CALDEIRA, A. M. de A. Investigação sobre identidade profissional em alunos de licenciatura em Ciências Biológicas. Ciências & Educação, v. 15, n. 1, p. 155-173, 2009.; SALES; CHAMON, 2011SALES, A. de C. M.; CHAMON, E. M. Q. de O. Escolha da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista Belo Horizonte, v. 27, n. 03, p.183-210, dez., 2011.; SOUZA; PETRONE; ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.; COSTA; REZENDE, 2014COSTA, M. L. R.; REZENDE, F. Construção da identidade docente de um estudante de licenciatura em Ciências Biológicas em curso a distância: um caso de hibridismo. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v.16, n. 01, p. 149-169, jan/abr., 2014.; FLORES, 2015FLORES, M. A. Identidade docente e formação profissional: tensões e (des)continuidades. Educação, n 38 (1), p. 138-146, 2015.; BELIDO, 2015BELLIDO, O. C. La construcción de la identidade docente: investigación narrativa sobre un docente de lengua extranjera sin formación pedagógica de base. Educación, v. 24, n. 46, p. 91-113, mar. 2015.; QUILAQUEO; QUINTRIQUEO; RIQUELME, 2016QUILAQUEO, D.; QUINTRIQUEO, S.; RIQUELMEAB, E. Identidad Profesional Docente: práctica pedagógica en Contexto Mapuche. Estudios Pedagógicos XLII, n° 2, p. 269-284, 2016.; OLIVEIRA, 2017OLIVEIRA, H. F. A bagagem do PIBID para a formação inicial docente e para a construção da identidade profissional. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.; OBARA; BROIETTI; PASSOS, 2017OBARA, C. E.; BROIETTI, F. C. D.; PASSOS, M. M. Contribuições do PIBID para a construção da identidade docente do professor de Química. Ciênc. Educ., Bauru, v. 23, n. 4, p. 979-994, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.).

  2. ) Formação, atuação profissional e identidade docente (OLIVEIRA et al., 2006OLIVEIRA, Z. de M. R. de, . Construção da identidade docente: relatos de educadores de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 129, p.547-571, set./dez. 2006.; AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; FIGUEIREDO, 2010FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências profissionais, identidades e formação docente em educação física. Revista Portuguesa de Educação, n. 23(2), p. 153-171, 2010.; CUNHA, CARDOZO, 2011CUNHA, J. L. da; CARDÔZO, L. dos S. Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista, Curitiba, n. 42, p. 141-162, out/dez., 2011.; NAKAGOME, 2012NAKAGOME, P. T. Identidade docente em formação. Linha d’Água, n. 25, v. 1, p. 203-217, 2012.).

  3. ) Características da identidade docente (OJEDA, 2008OJEDA, M. C. Rasgos de la identidad del profesor de enseñanza media en su trayectoria de formación y desempeño profesionales. ¿Cómo, cuándo y con quiénes adquiere su condición de profesor? Revista Electrónica de Investigación Educativa, v. 10, n. 2, p. 1-14, 2008.; MIELES-BARRERA, HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; VILLARRUEL FUENTES; PÉREZ SANTIAGO; ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.; SOARES, 2015SOARES, J. da C. Os professores do Colégio Pedro II: categorias, trajetórias e aspectos identitários (1925-1945). Ver. Bras. Hist. Educ., Maringá, PR, v. 15, n. 3 (39), p. 293-320, set./dez., 2015.).

  4. ) Sentidos e significações articulados à identidade docente (HERNANDEZ, 2011HERNANDEZ, R. M. T. O sentido das instituições escolares na profissão docente desde a perspectiva biográfica. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 27, n.1, p. 417-434, abr. 2011. RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; MIRANDA; CHAVES, 2015MIRANDA, S. F.; CHAVES, M. M. P. Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afrodescendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 584-598, 2015.).

  5. ) As representações construídas pelos professores sobre a identidade docente (ALVES-MAZOTI, 2007BARROSO, J. Os novos modos de regulação das políticas educativas na Europa: da regulação do sistema a um sistema de regulações. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 39. p. 19-28, jul. 2004.; ASSIS, 2010ASSIS, J. A. Saberes, valores e crenças sobre a prática docente do professor em formação. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 28, n. 2, p. 467-487, jul./dez., 2010.).

  6. ) Dispositivos de controle, como regulação conservadora e sua repercussão na identidade docente (VIEIRA; HIPÓLITO; DUARTE, 2009VIEIRA, J. S.; HYPÓLITO Á. M.; DUARTE, B. G. V. Dispositivos de regulação conservadora, currículo e trabalho docente. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 106, p. 221-237, jan./abr.2009.).

  7. ) As raízes profundas da identidade do professor (VERGUEIRO, 2009VERGUEIRO, P. V. Identidade de professor: uma pesquisa fundamentada na psicologia analítica. Psic. Rev., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-229, 2009.).

  8. ) A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino (TEJERINA; GUTMAN, 2012TEJERINA, J. C.; GUTMAN, I. R. A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino de História na Espanha. Cad. Cedes, Campinas, v. 32, n. 88, p. 285-301, set/dez. 2012.).

  9. ) Avaliação da identidade profissional relacionada à valores (D’AURA-TARDELI, 2013D’AUREA-TARDELI, D. Avaliação dos valores de professores: possibilidades para uma escola democrática. Est. Ava. Educ., São Paulo, v. 24, n. 56, p. 220-251, set./dez., 2013.).

  10. ) As relações entre processos identitários docentes, reformas curriculares e a noção de disciplina escolar (ROSA; RAMOS, 2015ROSA, M. I. P.; RAMOS, T. A. Identidades docentes no Ensino Médio: investigando narrativas a partir de práticas curriculares disciplinares. Pro-Posições. v. 26, n. 1(76), p. 141-160, jan./abr. 2015.).

  11. ) Os conceitos de identidades docentes e diferença (BALADELI; BORSTEL; FERREIRA, 2016 BALADELI, A. P. D.; BORSTEL, Cl. N., FERREIRA, A. de J. Identidades docentes e diferença no discurso de professores de Língua Inglesa em formação inicial. Revista Portuguesa de Educação, n. 29(1), p. 207-227, 2016.).

  12. ) A controvérsia envolvendo a identidade profissional docente (ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.).

  13. ) Os aspectos relacionados com a identidade e as emoções (BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.).

De acordo com os dados encontrados, a temática identidade docente tem despertado o interesse dos pesquisadores no período analisado. Observa-se uma intensa mobilização em torno da construção da identidade docente, sendo alvo de investigação de dezesseis de um total de trinta e nove pesquisas. Em segundo lugar encontra-se a identidade docente relacionada à formação e atuação profissional, presente em seis pesquisas. A terceira posição aparece a questão relacionada às características da identidade docente, revelada em quatro pesquisas. Em quarto lugar com três pesquisas localizou-se a questão do sentido e significações relacionados à identidade docente. Em quinto lugar, presente em duas pesquisas, identificou as representações atribuídas à identidade docente. Por último, sendo tema de interesse em uma pesquisa, apareceram as questões com alguma especificidade que não foi possível situá-las nas questões mais abrangentes mencionadas acima.

Revela-se ainda que, entre 2006 e 2018 houve publicações todos os anos. 2015, com o total de sete pesquisas publicadas, seis empíricas e uma teórica, ocupou a liderança. Em segundo lugar aparece com seis publicações, três teóricas e três empíricas, o ano de 2006; seis empíricas em 2009; e, três teórica e três empíricas em 2011. Em terceiro lugar com quatro pesquisas cada, vieram os anos de, 2007 e 2008 com uma teórica e três empíricas; e, 2016 com duas teórica e duas empíricas. Em 2010, 1012 e 2017 houveram três publicações, sendo uma teórica e duas empíricas; e apenas empíricas respectivamente. Em 2013 e 2014 localizou-se duas pesquisa sendo todas empíricas. Por último com uma pesquisa empírica ficou o ano de 2018.

Verificou-se também que, apesar da questão identitária estar em voga, apresentar o conceito de identidade fundamentado teoricamente não tem sido uma preocupação de parcela considerável dos autores das publicações localizadas. No quadro abaixo pode-se verificar esta constatação e identificar os teóricos mencionados nas respectivas pesquisas para fundamentar tal conceito.

Quadro 4
Demonstrativo da fundamentação do conceito de identidade.

Conforme retrata o quadroacima, dos cinquenta e dois artigos desta revisão, somente vinte e dois conceituam identidade. Dentre estes, cinco são teóricos e dezessete empíricos. Dois fazem menção à abordagem que orienta a pesquisa, mas não apresenta o conceito. E, os vinte e oito artigos restantes, não apresentam o conceito de identidade.

Dentre os teóricos que fundamentam o conceito de identidade, o maior destaque vai para Dubar com doze citações (MATHEUS e NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; FIGUEIREDO, 2010FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências profissionais, identidades e formação docente em educação física. Revista Portuguesa de Educação, n. 23(2), p. 153-171, 2010.; FARIA; SOUZA, 2011FARIA, E. de; SOUZA, V. L. T. de. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 35-42, jan./jun. 2011.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; D’AURA-TARDELI, 2013D’AUREA-TARDELI, D. Avaliação dos valores de professores: possibilidades para uma escola democrática. Est. Ava. Educ., São Paulo, v. 24, n. 56, p. 220-251, set./dez., 2013.; RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; SOARES, 2015SOARES, J. da C. Os professores do Colégio Pedro II: categorias, trajetórias e aspectos identitários (1925-1945). Ver. Bras. Hist. Educ., Maringá, PR, v. 15, n. 3 (39), p. 293-320, set./dez., 2015.; MATOS, NISTA-PICCOLO e BORGES, 2016MATOS, T. S.; NISTA-PICCOLO, V. L.; BORGES, M. C. Formação de professores de Educação Física: identidade profissional docente. Conhecimento & Diversidade, Niterói, v. 8, n. 15, p. 47-59, jan./jun., 2016.; VOZNIAK, MESQUITA e BATISTA, 2016VOZNIAK, L.; MESQUITA, I.; FAZENDEIRO BATISTA, P. A identidade profissional em análise: um estudo de revisão sistemática da literatura. Educação: Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 281-296, maio/ago., 2016.; QUILAQUEO; QUINTRIQUEO; RIQUELME, 2016QUILAQUEO, D.; QUINTRIQUEO, S.; RIQUELMEAB, E. Identidad Profesional Docente: práctica pedagógica en Contexto Mapuche. Estudios Pedagógicos XLII, n° 2, p. 269-284, 2016.; MARTINS; ANINCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.); e um (OLIVEIRA, 2017OLIVEIRA, H. F. A bagagem do PIBID para a formação inicial docente e para a construção da identidade profissional. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.), cita sem conceituar. O segundo teórico da lista mais citado trata-se de Stuart Hall, sendo mencionado em oito pesquisas (CUNHA et al., 2007CUNHA, R. B.; FERNANDES, C. H.; MOTA, A. A. D.; NOGUEIRA, E. G. D. Professor/a: os elementos de uma identidade em construção. Pro-Posições, v. 18, n. 1(52), p. 153-167, jan./abr., 2007.; FARIA; SOUZA, 2011FARIA, E. de; SOUZA, V. L. T. de. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 35-42, jan./jun. 2011.; NAKAGOME, 2012NAKAGOME, P. T. Identidade docente em formação. Linha d’Água, n. 25, v. 1, p. 203-217, 2012.; COSTA; REZENDE, 2014COSTA, M. L. R.; REZENDE, F. Construção da identidade docente de um estudante de licenciatura em Ciências Biológicas em curso a distância: um caso de hibridismo. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v.16, n. 01, p. 149-169, jan/abr., 2014.; ROSA; RAMOS, 2015ROSA, M. I. P.; RAMOS, T. A. Identidades docentes no Ensino Médio: investigando narrativas a partir de práticas curriculares disciplinares. Pro-Posições. v. 26, n. 1(76), p. 141-160, jan./abr. 2015.; ALVES; CALSA; MORELI, 2015ALVES, C. J. G.; CALSA, G. C.; MOREL, L. de S. Narrativas biográficas: a formação docente do ponto de vista do aprendente. Constr. Psicopedag., São Paulo, v. 23, n. 24, p. 77-89, 2015.; BALADELI, BORSTEL; FERREIRA, 2016 BALADELI, A. P. D.; BORSTEL, Cl. N., FERREIRA, A. de J. Identidades docentes e diferença no discurso de professores de Língua Inglesa em formação inicial. Revista Portuguesa de Educação, n. 29(1), p. 207-227, 2016.; MATOS, NISTA-PICCOLO e BORGES, 2016MATOS, T. S.; NISTA-PICCOLO, V. L.; BORGES, M. C. Formação de professores de Educação Física: identidade profissional docente. Conhecimento & Diversidade, Niterói, v. 8, n. 15, p. 47-59, jan./jun., 2016.). Ciampa ocupou a terceira colocação estando, presente em seis artigos (SILVA e CARVALHO, 2006SILVA, T. G. da; CARVALHO, M. V. C. de. A dialética da subjetividade versus objetividade desvelando o movimento de se tornar professor. Linguagens, Educação e Sociedade Teresina, PI, ano 11, n. 15, p. 93-104, jul./dez., 2006.; MATHEUS e NACORATO, 2009MATOS, T. S.; NISTA-PICCOLO, V. L.; BORGES, M. C. Formação de professores de Educação Física: identidade profissional docente. Conhecimento & Diversidade, Niterói, v. 8, n. 15, p. 47-59, jan./jun., 2016.; BRANDO e CALDEIRA, 2009BRANDO, F. da R.; CALDEIRA, A. M. de A. Investigação sobre identidade profissional em alunos de licenciatura em Ciências Biológicas. Ciências & Educação, v. 15, n. 1, p. 155-173, 2009.; FARIA; SOUZA, 2011FARIA, E. de; SOUZA, V. L. T. de. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 35-42, jan./jun. 2011.; MIRANDA; CHAVES, 2015MIRANDA, S. F.; CHAVES, M. M. P. Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afrodescendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 584-598, 2015.; MARTINS; ANINCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.). Eric Erikson é citado em três pesquisas, sendo que duas delas (AGUIAR, 2006; CRUZ; AGUIAR, 2011AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.), apresenta o conceito de identidade por ele desenvolvido. Já a terceira (BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.), apesar de situar sua investigação a partir desta concepção de identidade, não apresenta o conceito. Quanto à Bauman, duas pesquisas (MATHEUS; NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; FARIA E SOUZA, 2011) apresentaram o conceito de identidade por ele desenvolvido. Malucci foi citado na conceituação de identidade em um das pesquisas analisada (GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.). Em outra pesquisa (MARTINS; ANINCIATO, 2018MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.), o conceito de identidade foi referenciado por Cardoso, Batista e Graça.

IDENTIDADE DOCENTE

Quanto ao conceito de identidade docente, este está presente em vinte e nove das cinquenta e duas pesquisas analisadas. As definições e referenciais utilizados podem ser verificado no quadro abaixo.

Quadro 5
Demonstrativo da fundamentação do conceito de identidade docente.

De acordo com os dados acima, a preferência tem sido pelos estudos de Antônio Nóvoa que referenciou dezoito das vinte e nove pesquisas que apresentaram o conceito de identidade docente. Em segundo lugar, aparece Pimenta referenciada em onze pesquisas. Tardif ocupou o terceiro lugar referenciando três pesquisas. Marcelo e Libâneo aparece como referência e duas pesquisas cada. E, os demais referenciaram uma pesquisa respectivamente conforme exposto no quadro acima.

IDENTIDADES QUE COMPÕEM A IDENTIDADE DOCENTE: CARACTERÍSTICAS PRESENTES NAS PESQUISAS DESTA REVISÃO

Neste item discute-se as características definidoras da identidade docente apresentadas nas pesquisas em análise. Os dados encontrados são aqui interpretados a partir de quatro categorias principais que agregam outras subcategorias, sendo elas: a identidade missionária, representada nas subcategorias: visão redentora, papel feminino, poder e prestígio; a identidade instrumental com as seguintes subcategorias, visão funcionalista, postura centralizadora, controle do Estado; a identidade proletária composta pelas subcategorias: trabalhadores assalariados, luta de classe, precarização das condições de trabalho, relação de poder (explorador / explorado), desprestígio e desvalorização da força de trabalho; e por fim, a identidade profissional que é composta pelas subcategorias: competências e habilidades específicas da profissão, visão interacionista das aprendizagens, razão social da profissão, visão política da educação, consciência de classe, sentimento de pertença e afetividade.

Para situar as discussões aqui suscitadas as principais categorias são aqui compreendidas como:

Identidade missionária, inaugurada no Brasil pelos jesuítas. Por volta da década de 1960, passa a ocupar o cenário educacional brasileiro no modelo da pedagogia agostiniana a qual conferia ao professor uma posição de prestígio por receber a incumbência de transmitir os valores morais da sociedade sob o pilar de uma filosofia cristã, cabendo ao professorado a missão de ‘arrebanhar as ovelhas desgarradas’. Em nossa sociedade trata-se dos pobres, dos grupos com culturas religiosas destoantes da cultura hegemônica. (BARROSO, 2004BARROSO, J. Os novos modos de regulação das políticas educativas na Europa: da regulação do sistema a um sistema de regulações. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 39. p. 19-28, jul. 2004.; PATTO, 2006PATTO, M. H. S. A família pobre e a escola pública: anotações de um desencontro. In: PATTO, M. H. S (org.), Introdução à psicologia escolar. 3ª Ed. 2. Reimpressão São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.; RODRIGUEZ, 2008RODRIGUEZ, M. V. Reformas educacionais e proletarização do trabalho docente. In: Acta Sci. Human Soc. Sci. Maringá, v. 30, n. 1, p. 45-56, 2008.)

No que tange à esta categoria, os resultados apontam que as características identitárias á ela vinculada ainda tem um peso muito marcante na identidade docente. Em se tratando das subcategorias a ela relacionada, ‘papel feminino’, aqui é compreendida como sendo a docência uma extensão de cuidado materno, das atividades do lar, a qual historicamente foi o lugar atribuído à mulher. Com esta definição foram encontradas nove pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; OLIVEIRA et al., 2006OLIVEIRA, Z. de M. R. de, . Construção da identidade docente: relatos de educadores de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 129, p.547-571, set./dez. 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; MIELES-BARRERA, HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.; NAKAGOME, 2012NAKAGOME, P. T. Identidade docente em formação. Linha d’Água, n. 25, v. 1, p. 203-217, 2012.; BELLIDO, 2015BELLIDO, O. C. La construcción de la identidade docente: investigación narrativa sobre un docente de lengua extranjera sin formación pedagógica de base. Educación, v. 24, n. 46, p. 91-113, mar. 2015.; QUILAQUEO, QUINTRIQUEO; RIQUELME, 2016QUILAQUEO, D.; QUINTRIQUEO, S.; RIQUELMEAB, E. Identidad Profesional Docente: práctica pedagógica en Contexto Mapuche. Estudios Pedagógicos XLII, n° 2, p. 269-284, 2016.). A subcategoria ‘visão redentora’ é aqui entendida como sendo a docência um sacerdócio, o pastor que guiará as ovelhas desgarradas. Estas características foram observadas em treze pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; ALVES-MAZOTI, 2007ALVES-MAZZOTTI, A. J. Representações da identidade docente: uma contribuição para a formulação de políticas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 57, p. 579-594, out./dez. 2007.; OJEDA, 2008OJEDA, M. C. Rasgos de la identidad del profesor de enseñanza media en su trayectoria de formación y desempeño profesionales. ¿Cómo, cuándo y con quiénes adquiere su condición de profesor? Revista Electrónica de Investigación Educativa, v. 10, n. 2, p. 1-14, 2008.; MALATÉR, 2008MALATÉR, L. S. de O. Discurso de uma futura professora sobre sua identidade profissional. Rev. Brasileira de Linguística Aplicada, v. 8, n. 2, p. 445-464, 2008.; VIEIRA, HYPÓLITO; DUARTE, 2009VIEIRA, J. S.; HYPÓLITO Á. M.; DUARTE, B. G. V. Dispositivos de regulação conservadora, currículo e trabalho docente. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 106, p. 221-237, jan./abr.2009.; MIELES-BARRERA, HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; CUNHA; CARDOZO, 2011CUNHA, J. L. da; CARDÔZO, L. dos S. Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista, Curitiba, n. 42, p. 141-162, out/dez., 2011.; SALES; CHAMON, 2011SALES, A. de C. M.; CHAMON, E. M. Q. de O. Escolha da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista Belo Horizonte, v. 27, n. 03, p.183-210, dez., 2011.; TEJERINA; GUTMAN, 2012TEJERINA, J. C.; GUTMAN, I. R. A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino de História na Espanha. Cad. Cedes, Campinas, v. 32, n. 88, p. 285-301, set/dez. 2012.; SOUZA, PETRONI; ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.; BELLIDO, 2015BELLIDO, O. C. La construcción de la identidade docente: investigación narrativa sobre un docente de lengua extranjera sin formación pedagógica de base. Educación, v. 24, n. 46, p. 91-113, mar. 2015.). Já a subcategoria ‘poder e prestígio’ é aqui interpretada como o poder moralizador sacerdotal incorporado no exercício da docência, que tem como característica o monopólio sobre o certo e o errado. O poder de premiar os comportamentos aprovados e punir os desaprovados por parte da cultura hegemônica da sociedade. Características compatíveis com este perfil foram verificadas em doze pesquisas (MONTEIRO; 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; CUNHA et al., 2007CUNHA, J. L. da; CARDÔZO, L. dos S. Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista, Curitiba, n. 42, p. 141-162, out/dez., 2011.; OLIVEIRA; GRIGOLI, 2008OLIVEIRA, D. A. O trabalho docente na América Latina: identidade e profissionalização. Revista Retrato de Escola, Brasília, v. 2, n. 2-3, p. 29-39, jan./dez., 2008.; BRANDO; CALDEIRA, 2009BRANDO, F. da R.; CALDEIRA, A. M. de A. Investigação sobre identidade profissional em alunos de licenciatura em Ciências Biológicas. Ciências & Educação, v. 15, n. 1, p. 155-173, 2009.; VERGUEIRO, 2009VERGUEIRO, P. V. Identidade de professor: uma pesquisa fundamentada na psicologia analítica. Psic. Rev., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-229, 2009.; CUNHA; CARDOZO, 2011; SALES; CHAMON, 2011; VILLARRUEL FUENTES; PÉREZ SANTIAGO; ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.; ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.; BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.).

Identidade instrumental é entendida como a identidade forjada a partir da regulação do Estado como medida de controle social. O professor é concebido como instrumento de transmissão dos conhecimentos definidos pelas normatizações do Estado. Neste caso as relações sociais que se estabelecem são pautadas na heteronímia em detrimento da autonomia. Isso é, o professor tendo que obedecer as regulações de controle do Estado assume o papel de regulador social na relação que estabelece com os estudantes no exercício de sua função. Nesta relação a subjetividade é engolida pela racionalização cognitiva. A transmissão do conhecimento se dá por uma única via, o professor transmite e o aluno memoriza, não havendo o exercício dialógico necessário à formação de sujeitos críticos e autônomos, capazes de transformar a realidade e ser por ela transformado (FREIRE, 1992FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 21ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.). Em relação à esta categoria, percebe-se a manutenção de algumas características semelhantes à identidade missionária como: a centralidade da ação educativa na figura do professor, a busca de manutenção da ordem e do controle, o desejo de poder e prestígio. A diferença está basicamente na substituição do poder sacerdotal pelo poder do Estado.

Em se tratando das subcategorias à ela vinculada, a ‘visão funcionalista’ diz respeito a um modelo de educação tecnicista centrada nos conteúdos descontextualizados das práticas sociais. Com estas características constituindo a identidade docente foram encontradas oito pesquisas (CUNHA et al., 2007CUNHA, R. B.; FERNANDES, C. H.; MOTA, A. A. D.; NOGUEIRA, E. G. D. Professor/a: os elementos de uma identidade em construção. Pro-Posições, v. 18, n. 1(52), p. 153-167, jan./abr., 2007.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; MATHEUS; NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.; TEJERINA; GUTMAN, 2012TEJERINA, J. C.; GUTMAN, I. R. A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino de História na Espanha. Cad. Cedes, Campinas, v. 32, n. 88, p. 285-301, set/dez. 2012.; ROSA; RAMOS, 2015ROSA, M. I. P.; RAMOS, T. A. Identidades docentes no Ensino Médio: investigando narrativas a partir de práticas curriculares disciplinares. Pro-Posições. v. 26, n. 1(76), p. 141-160, jan./abr. 2015.; VILLARRUEL FUENTES, PÉREZ SANTIAGO; ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.). No que tange à subcategoria ‘visão centralizadora’, esta identifica-se pela centralização da ação pedagógica na figura do professor e nas técnicas de ensino, sustentada em uma relação heteronômica em detrimento de uma relação dialógica em que no encontro dos sujeitos educandos e educador estabelece a transformação dos sujeitos e da realidade. Esta centralização abarca também o desejo de poder e prestígio. tal característica como traço na identidade docente foi observada em treze pesquisas (OLIVEIRA; GRIGOLI, 2008OLIVEIRA, D. A. O trabalho docente na América Latina: identidade e profissionalização. Revista Retrato de Escola, Brasília, v. 2, n. 2-3, p. 29-39, jan./dez., 2008.; MATHEUS; NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; BRANDO; CALDEIRA, 2009BRANDO, F. da R.; CALDEIRA, A. M. de A. Investigação sobre identidade profissional em alunos de licenciatura em Ciências Biológicas. Ciências & Educação, v. 15, n. 1, p. 155-173, 2009.; VERGUEIRO, 2009VERGUEIRO, P. V. Identidade de professor: uma pesquisa fundamentada na psicologia analítica. Psic. Rev., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-229, 2009.; ASSIS, 2010ASSIS, J. A. Saberes, valores e crenças sobre a prática docente do professor em formação. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 28, n. 2, p. 467-487, jul./dez., 2010.; SALES E CHAMON, 2011SALES, A. de C. M.; CHAMON, E. M. Q. de O. Escolha da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista Belo Horizonte, v. 27, n. 03, p.183-210, dez., 2011.; CRUZ E AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; TEJERINA; GUTMAN, 2012TEJERINA, J. C.; GUTMAN, I. R. A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino de História na Espanha. Cad. Cedes, Campinas, v. 32, n. 88, p. 285-301, set/dez. 2012.; VILLARRUEL FUENTES, PÉREZ SANTIAGO E ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.; ROSA; RAMOS, 2015ROSA, M. I. P.; RAMOS, T. A. Identidades docentes no Ensino Médio: investigando narrativas a partir de práticas curriculares disciplinares. Pro-Posições. v. 26, n. 1(76), p. 141-160, jan./abr. 2015.; ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.; BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.). Quanto à subcategoria ‘controle do Estado’ observa-se que o sujeito professor reproduz no exercício da docência o controle que o Estado exerce sobre ele. Ou seja, não sendo reconhecido pelo Estado para além de um transmissor de conhecimento a partir de uma visão utilitária do ensino, como instrumento de controle social, tendo a sua autonomia negada, ele reproduz isto com seus alunos. Este traço constituidor da identidade docente, foi verificado em quatorze pesquisas (FERREIRA, 2007; ALVES-MAZOTI, 2007ALVES-MAZZOTTI, A. J. Representações da identidade docente: uma contribuição para a formulação de políticas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 57, p. 579-594, out./dez. 2007.; CUNHA et al., 2007CUNHA, R. B.; FERNANDES, C. H.; MOTA, A. A. D.; NOGUEIRA, E. G. D. Professor/a: os elementos de uma identidade em construção. Pro-Posições, v. 18, n. 1(52), p. 153-167, jan./abr., 2007.; MATHEUS; NACORATO, 2009MATHEUS, A. A. de O. F.; NACORATO, A. M. As influências da políticas públicas curriculares na constituição da identidade do professor de Matemática. ZETETKE - CEMPEM - FE/UNICAMP, v. 17, número temático, p. 95-122, 2009.; CUNHA; CARDOZO, 2011BRANDO, F. da R.; CALDEIRA, A. M. de A. Investigação sobre identidade profissional em alunos de licenciatura em Ciências Biológicas. Ciências & Educação, v. 15, n. 1, p. 155-173, 2009.; SALES; CHAMON, 2011SALES, A. de C. M.; CHAMON, E. M. Q. de O. Escolha da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista Belo Horizonte, v. 27, n. 03, p.183-210, dez., 2011.; VERGUEIRO, 2009VERGUEIRO, P. V. Identidade de professor: uma pesquisa fundamentada na psicologia analítica. Psic. Rev., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-229, 2009.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; TEJERINA; GUTMAN, 2012TEJERINA, J. C.; GUTMAN, I. R. A (re)estabilização identitária do professor no contexto do ensino de História na Espanha. Cad. Cedes, Campinas, v. 32, n. 88, p. 285-301, set/dez. 2012.; SOUZA, PETRONI; ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.; VILLARRUEL FUENTES, PÉREZ SANTIAGO; ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.; ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.; BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.).

Identidade proletária é aqui vinculada aos fundamentos retirados da teoria de Karl Marx, que funda o Materialismo Histórico, ao analisar a relação que estabelece entre patrão e empregado no sistema industrial capitalista a qual o proletário vende sua força produtiva dentro de um regime de exploração e alienação. (RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; MARX, 2008MARX, K. O Capital: o processo de produção do capital. Tradução: Reginaldo Santana. 25ª ed. Brasil: Civilização Brasileira, 2008.). Em se tratando desta categoria, os resultados encontrados sugeriram a existência de determinadas subcategorias tais como: ‘trabalhador assalariado’, presente em seis pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; NAKAGOME, 2012NAKAGOME, P. T. Identidade docente em formação. Linha d’Água, n. 25, v. 1, p. 203-217, 2012.; VILLARRUEL FUENTES; PÉREZ SANTIAGO; ALARCÓN SILVA, 2015VILLARRUEL FUENTES, M.; PÉREZ SANTIAGO, F.; ALARCÓN SILVA, G. Caracterización de la identidad docente a partir de la comunicación en foros virtuales de capacitación. Ciencia, Docencia y Tecnología, n. 26 ( 50), p. 89-119, May., 2015.). A característica da subcategoria ‘luta de classe’ foi identificada em três (GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; ALVES-MAZOTI, 2007AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.). Com característica da subcategoria ‘precarização das condições de trabalho’, foram localizadas seis pesquisas (MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; ALVES-MAZOTI, 2007ALVES-MAZZOTTI, A. J. Representações da identidade docente: uma contribuição para a formulação de políticas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 57, p. 579-594, out./dez. 2007. MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; CUNHA; CARDOZO, 2011CUNHA, J. L. da; CARDÔZO, L. dos S. Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista, Curitiba, n. 42, p. 141-162, out/dez., 2011.; SOUZA; PETRONI; ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.). A característica da subcategoria ‘relação de poder (explorador / explorado)’ foi observada em cinco pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; ALVES-MAZOTI, 2007AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; SOUZA; PETRONI; ANDRADA, 2013MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.). Já a característica da subcategoria ‘desprestígio e desvalorização da força de trabalho’, foi identificada em dez pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; ALVES-MAZOTI, 2007AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; CUNHA, CARDOZO, 2011CUNHA, J. L. da; CARDÔZO, L. dos S. Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista, Curitiba, n. 42, p. 141-162, out/dez., 2011.; SALES; CHAMON, 2011SALES, A. de C. M.; CHAMON, E. M. Q. de O. Escolha da carreira e processo de construção da identidade profissional docente. Educação em Revista Belo Horizonte, v. 27, n. 03, p.183-210, dez., 2011.; SOUZA; PETRONI; ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.; ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.; OLIVEIRA, 2017OLIVEIRA, H. F. A bagagem do PIBID para a formação inicial docente e para a construção da identidade profissional. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.).

Identidade profissional, de acordo com as definições encontradas em algumas das pesquisas, vincula-se à atividade de trabalho sustentada em um conjunto de saberes, competências, habilidades e conhecimentos que o define como características específicas que o diferencia de outros grupos, aferindo assim uma pertença à determinada categoria profissional. (DUBAR, 2005DUBAR, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes, 2005.; RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.). Quanto à esta categoria, os resultados encontrados leva ao entendimento de que as subcategorias que a compõe representam o corpo definidor das especificidades da profissão docente, abarcando tanto os aspectos subjetivos quanto objetivos, o pessoal e social. E que, estes elementos vão sendo incorporados na identidade docente através do processo sócio histórico cultural de acordo com as interações sociais e as representações simbólicas interiorizadas por cada sujeito.

Em relação à subcategoria ‘competências e habilidades específicas da profissão’, que engloba tanto o domínio epistêmico quanto metodológico, nesta revisão sistemática, ela foi identificada em dezesseis pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; OJEDA, 2008OJEDA, M. C. Rasgos de la identidad del profesor de enseñanza media en su trayectoria de formación y desempeño profesionales. ¿Cómo, cuándo y con quiénes adquiere su condición de profesor? Revista Electrónica de Investigación Educativa, v. 10, n. 2, p. 1-14, 2008.; MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; FIGUEIREDO, 2010FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências profissionais, identidades e formação docente em educação física. Revista Portuguesa de Educação, n. 23(2), p. 153-171, 2010.; CRUZ; AGUIAR, 2011CRUZ, F. M. L.; AGUIAR, M. da C. C.de. Trajetórias na identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psic. da Ed., São Paulo, v. 33, p. 7-28, 2011.; HERNANDEZ, 2011HERNANDEZ, R. M. T. O sentido das instituições escolares na profissão docente desde a perspectiva biográfica. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 27, n.1, p. 417-434, abr. 2011.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.; RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; FLORES, 2015FLORES, M. A. Identidade docente e formação profissional: tensões e (des)continuidades. Educação, n 38 (1), p. 138-146, 2015.; MIRANDA; CHAVES, 2015MIRANDA, S. F.; CHAVES, M. M. P. Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afrodescendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 584-598, 2015.; QUILAQUEO; QUINTRIQUEO; RIQUELME, 2016QUILAQUEO, D.; QUINTRIQUEO, S.; RIQUELMEAB, E. Identidad Profesional Docente: práctica pedagógica en Contexto Mapuche. Estudios Pedagógicos XLII, n° 2, p. 269-284, 2016.; OLIVEIRA, 2017OLIVEIRA, H. F. A bagagem do PIBID para a formação inicial docente e para a construção da identidade profissional. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.; OBARA; BROIETTI; PASSOS, 2017OBARA, C. E.; BROIETTI, F. C. D.; PASSOS, M. M. Contribuições do PIBID para a construção da identidade docente do professor de Química. Ciênc. Educ., Bauru, v. 23, n. 4, p. 979-994, 2017.; BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.). A subcategoria ‘visão interacionista das aprendizagens’ foi aqui interpretada como o reconhecimento das aprendizagens como fenômeno social indicada pela valorização das interações entre pares. Nesse sentido, a característica presente nesta subcategoria foi encontrada em onze pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; OJEDA, 2008OJEDA, M. C. Rasgos de la identidad del profesor de enseñanza media en su trayectoria de formación y desempeño profesionales. ¿Cómo, cuándo y con quiénes adquiere su condición de profesor? Revista Electrónica de Investigación Educativa, v. 10, n. 2, p. 1-14, 2008.; MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; FIGUEIREDO, 2010FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências profissionais, identidades e formação docente em educação física. Revista Portuguesa de Educação, n. 23(2), p. 153-171, 2010.; ASSIS, 2010ASSIS, J. A. 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Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.). Quanto à subcategoria ‘razão social da profissão’, é aqui entendida como um substituto da missão, que por sua vez, na identidade profissional não tem a conotação redentora. Mas um papel de agente comprometido com a transformação social através de uma postura dialógica em que educando e educador são protagonistas dos processos de mudança tanto de si quanto da realidade que os circundam (FREIRE, 1992FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 21ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.). Com as a características inerentes a esta subcategoria foram identificadas dez pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; GENTIL, 2006GENTIL, H. S. 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A subcategoria ‘visão política da educação’, é aqui entendida a partir dos postulados de Freire (1992FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 21ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.) que atribui à educação uma intencionalidade, sendo esta a serviço da opressão ou da libertação, da autonomia. Portanto, o exercício da profissão docente é em si uma ação política. O resultado desta revisão evidenciou este traço em sete pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. 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Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.). A subcategoria ‘consciência de classe’ aqui foi criada para interpretar as informações que apareceram nos resultados relacionadas ao reconhecimento de que a sociedade é historicamente marcada por diferenças de oportunidades caracterizando as desigualdades sociais. Nas pesquisas analisadas, esta subcategoria pode ser observada em quatro artigos (GENTIL, 2006GENTIL, H. S. Identidade de professores e rede de significações - configurações que constitui o “nóa, professores.” Psic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 175-188, 2006.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.; MIRANDA; CHAVES, 2015MIRANDA, S. F.; CHAVES, M. M. P. Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afrodescendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 584-598, 2015.; QUILAQUEO; QUINTRIQUEO; RIQUELME, 2016QUILAQUEO, D.; QUINTRIQUEO, S.; RIQUELMEAB, E. Identidad Profesional Docente: práctica pedagógica en Contexto Mapuche. Estudios Pedagógicos XLII, n° 2, p. 269-284, 2016.). ‘Sentimento de pertença’, refere-se à subcategoria que revela a docência como um coletivo que possui características específicas que o define enquanto categoria profissional. Os dados referentes às pesquisas analisadas que foram incluídos nesta subcategoria, são os que apresentam características representativas da identificação com a profissão e com suas atribuições. Tais características foram encontradas em nove pesquisas (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; OJEDA, 2008OJEDA, M. C. Rasgos de la identidad del profesor de enseñanza media en su trayectoria de formación y desempeño profesionales. ¿Cómo, cuándo y con quiénes adquiere su condición de profesor? Revista Electrónica de Investigación Educativa, v. 10, n. 2, p. 1-14, 2008.; MALATÉR, 2008MALATÉR, L. S. de O. Discurso de uma futura professora sobre sua identidade profissional. Rev. Brasileira de Linguística Aplicada, v. 8, n. 2, p. 445-464, 2008.; MIELES-BARRERA; HENRÍQUEZ-LINERO; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, 2009MIELES-BARRERA, M. D.; HENRÍQUEZ-LINERO, I. M.; SÁNCHEZ-CASTELLÓN, L. M. Identidad personal y profesional de los docentes de preescolar en el distrito de Santa Marta. educ. educ., v. 12, n. 1, p. 43-59, Abr., 2009.; RAITZ; SILVA, 2014RAITZ, T. R.; SILVA, C. D L. da. Trajetórias identitárias e sentido do trabalho docente para professores universitários. Psicologia & sociedade, v. 26, n. 1, p. 204-213, 2014.; MIRANDA; CHAVES, 2015MIRANDA, S. F.; CHAVES, M. M. P. Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afrodescendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 584-598, 2015.; OLIVEIRA, 2017OLIVEIRA, H. F. A bagagem do PIBID para a formação inicial docente e para a construção da identidade profissional. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(56.3): 913-934, set./dez. 2017.; BUITRAGO-BONILLA; CÁRDENAS-SOLER, 2017BUITRAGO-BONILLA, R. E.; CÁRDENAS-SOLER, R. N. Emociones e identidad profesional docente: relaciones e incidencia. Praxis & Saber, v. 8. n. 17- May/Ago., p. 225-247, 2017.; MARTINS; ANUNCIATO, 2018MARTINS, R. M.; ANUNCIATO, R. M. M. Caminhos de aprendiz de professora: processos identitários em uma comunidade de aprendizagem online. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 34, p. 1-25, 2018.). Por outro lado, o sentimento de não pertencimento à coletividade docente esteve presente em quatro pesquisas (MONTEIRO, 2006MONTEIRO, I. A. As representações sociais da identidade docente. Cadernos de Estudos Sociais. Recife, v. 22, n. 2, p. 273-286, jul/dez. 2006.; FERREIRA, 2007FERREIRA, M. O. V. Notas sobre as relações entre identidade e sindicalismo docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 377-399, maio/ago. 2007.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. Psicologia & Sociedade; 24(2), 344-353, 2012.; ALLAIN; COUTINHO, 2017ALLAIN, L. R.; COUTINHO, F. Â. Controvérsias em torno das identidades profissionais de licenciandos em biologia: um estudo inspirado na teoria ator-rede. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p.1-20, 2017.). A subcategoria ‘afetividade’ é aqui compreendida sob a ótica de Wallon que a concebe como: a disposição do ser humano em ser afetado tanto pelo mundo externo como interno, sendo ela fundante no processo de aprendizagem cognitiva e subjetiva (WALLON, 1995WALLON, H. Do ato ao pensamento: ensaio de psicologia comparada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.; MABONEY; ALMEIDA, 2005; FERNANDEZ, 2012FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artmed, 2011.). Em relação às pesquisas analisadas, o reconhecimento da afetividade na forma de se perceber o ser professor esteve presente em onze artigos. Deste total, em nove, a afetividade aparece ocupando a polaridade positiva (AGUIAR, 2006AGUIAR, M. da C. C. de. Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; OJEDA, 2008; MALATÉR, 2008; VERGUEIRO, 2009VERGUEIRO, P. V. Identidade de professor: uma pesquisa fundamentada na psicologia analítica. Psic. Rev., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 203-229, 2009.; TATEO, 2012TATEO, L. What do you mean by “teacher”? Psychological Research on teacher professional identity. 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Implicações da formação continuada para a construção da identidade docente. Pic. da Ed., São Paulo, n. 23, 2º sem., p. 155-173, 2006.; SOUZA, PETRONI e ANDRADA, 2013SOUZA, V. L. T. de; PETRONI, A. P.; ANDRADA, P. C. de. A afetividade como traço da constituição identitária docente: o olhar da psicologia. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 3, p. 527-537, 2013.), ela é percebida envolvida em sentimentos negativos à respeito do exercício da profissão docente.

De acordo com os dados levantados, as características definidoras da identidade missionária estiveram presentes em vinte e seis pesquisas. Em relação às subcategorias, constatou-se que mais de uma delas puderam ser verifica na mesma pesquisa. Assim, a subcategoria com maior representatividade foi a ‘visão redentora presente em treze artigos; a segunda, ‘poder e prestígio’ em doze; e, a terceira, ‘papel feminino’ em dez.

Em se tratando das características vinculadas à identidade instrumental, os dados revelaram que estas se fizeram presente em vinte artigos. Quatorze referiam à subcategoria ‘controle do Estado’; treze à ‘postura centralizadora’; e oito, à ‘visão funcionalista’.

Quanto à categoria identidade proletária, os resultados apontaram suas características em quinze pesquisas. Deste total, em dez identificou-se a subcategoria ‘desprestígio e desvalorização da força de trabalho’; em seis, ‘trabalhadores assalariados’ e ‘precarização das condições de trabalho; em cinco ‘relação de poder (explorador/explorado); e, em três, ‘luta de classe’.

No que se refere à categoria identidade profissional, os dados revelaram que esta esteve presente no total de vinte e dois artigos. A subcategoria com maior representatividade foi ‘competências e habilidades específicas da profissão’ presente em dezesseis pesquisas. Em segundo, ‘afetividade’ e ‘visão interacionista das aprendizagens’, em onze pesquisas; terceiro, ‘sentimento de pertença’, em dez; quarto, ‘razão social’, em nove; quinto, ‘visão política da educação’, em sete; e, por último, ‘consciência de classe’, presente em apenas quatro artigos.

Conforme a análise acima, a categoria com maior representatividade nesta revisão foi a categoria identidade missionária que esteve presente em vinte e seis artigos, havendo maior menção em relação à subcategoria ‘visão redentora, estando presente em treze artigos e, a subcategoria ‘papel feminino’ menos mencionada, estando presente em dez. Em segundo lugar encontra-se a categoria identidade profissional evidenciada em vinte e dois artigos desta revisão, sendo a subcategoria mais mencionada ‘competências e habilidades específicas da profissão’, presente em dezesseis artigos; e, a menos mencionada é ‘consciência de classe’, presente somente em quatro artigos. O terceiro lugar foi ocupado pela categoria identidade instrumental, presente em vinte artigos, sendo a subcategoria com maior representatividade, ‘controle do Estado’ em quatorze artigos e a menos citada presente em oito artigos a subcategoria ‘visão funcionalista’. Em último lugar encontra-se a categoria identidade proletária, presente em quinze artigos, sendo a subcategoria mais citada a ‘desprestígio e desvalorização’, presente em dez artigos e a menos citada, ‘luta de classe’ presente apenas em três artigos do total de cinquenta e duas pesquisas desta revisão sistemática.

Importante também citar que, dentre os cinquenta e dois artigos analisados, em seis deles mencionou-se sobre a fase transitória da identidade, corroborando com os enunciados de Bauman (2005BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.), a respeito da crise provocada pela insuficiência dos traços identitários para manter uma identidade estável e de Hall (2006 HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.), quando elenca que as mudanças ocorridas no cerne da cultura irá também promover mudança na identidade.

PANORAMA DAS PESQUISAS: QUAL O LUGAR DA IDENTIDADE DO PROFESSOR ALFABETIZADOR?

Em relação ao contexto investigativo das pesquisas empíricas aqui analisadas, o quadroabaixo revela esta visão panorâmica:

TABELA 1
Demonstrativo dos artigos em relação ao contexto investigativo.

De acordo com as informações acima, os sujeitos envolvidos nas pesquisas empíricas com maior índice de investigações foram os professores do Ensino Médio, havendo oito pesquisas do total de trinta e nove empíricas. Em segundo com sete pesquisas foram as investigações envolvendo professores do Ensino Fundamental e licenciandos de áreas específicas como. Em terceiro com quatro pesquisas, os licenciandos em pedagogia. O subgrupo professores universitários obteve três pesquisas. Já os subgrupos professores de Educação Infantil, professores de língua estrangeira e professores em formação continuada sem especificar a área de atuação tiveram duas pesquisas em cada. Com uma pesquisa, localizou-se: professores interculturais em contexto Mapoche, professores do Médio Araguaia, alunos de Mestrado em Ensino e uma que foi feito análise documental. Apesar de ter encontrado oito pesquisas com professores do Ensino Fundamental, etapa da Educação básica que abarca o período de alfabetização, não foi localizado nenhuma pesquisa voltada para a compreensão da identidade docente de professores alfabetizadores considerando que trata-se de um campo ainda a ser explorado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos dirigidos à esta revisão sistemática revelaram que a temática identidade docente vem sendo preocupação de pesquisadores da área educacional como elemento essencial tanto para fomentar processos de formação como práticas pedagógicas. Notou-se que as maiores concentrações se deram nos contextos de: professores do Ensino Médio seguido de professores do Ensino Fundamental e de formação em licenciatura de áreas específicas para graduar professores para atuar na Educação Básica. Constatou-se que, apesar das investigações terem priorizado a construção da identidade docente, há necessidade de mais investigações teóricas e empíricas a respeito das características encontradas, que sugerem que a identidade missionária, a identidade instrumental, a identidade proletária e a identidade profissional tratam-se de aspectos fundantes da identidade docente.

Quanto aos objetivos propostos para esta revisão sistemática, constatou-se que, apesar da questão identidade apresentar-se como um tema em destaque nas investigações de cunho educacional e da psicologia, não se encontrou pesquisas que abordassem diretamente a questão da identidade docente do professor alfabetizador. Considera-se que se trata de uma lacuna que merece uma atenção especial, por este sujeito ser o principal responsável por inscrever a criança na cultura de usuários da linguagem escrita. Além disso, sobre este professor são lançados dois olhares sociais paradoxais. De um lado, há uma desvalorização social de sua função de alfabetizar, por carregar culturalmente a representação social de atividade mais ligada à função feminina de cuidado, tratando assim de uma extensão da família mais do que de uma atividade profissional complexa inerente a um corpus de conhecimentos específicos. Por outro lado, ele recebe de seus pares e do Estado, acusações de não ter cumprido o seu papel de preparar os estudantes para serem bons receptores de suas comunicações pedagógicas (BOURDIEU, 2012BOURDIEU, P.; PASSERON, J. A Reprodução. 5ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.), prejudicando as aprendizagens subsequentes que dependem da apropriação do capital cultural relacionado à linguagem escrita.

Embora as pesquisas analisadas apontem o sofrimento do professor em decorrência da frustração da ideação de atuação prestigiosa, bem como o sentimento de desvalorização e desamparo como traços de sua identidade docente, observou-se a ausência de investigações que tivessem o contexto de adversidade como cenário de atuação profissional dos sujeitos professores de suas pesquisas. Assim como defendem a maioria dos investigadores estudados, estas pesquisadoras concordam que a identidade docente é construída durante toda a trajetória social do sujeito, extrapolando a sua fase de escolarização, formação e atuação profissional. Neste sentido, considera-se importante pesquisas sobre a constituição da identidade docente em suas dimensões sociológicas e psicológicas. Sugere-se que compreender a identidade docente utilizando diversos referenciais teóricos, como por exemplo, a Psicossociologia e Sociologia Clínica articulada aos pressupostos da Educação Libertadora, poderão lançar luz à compreensão destas identidades que coabitam a identidade docente. Também poderá contribuir com o fomento de programas de formação de professores alfabetizadores e políticas públicas de enfrentamento e superação da dívida social histórica que tem deixado uma grande parcela da sociedade não usuária da linguagem escrita.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    5 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    20 Jun 2018
  • Aceito
    08 Maio 2019
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