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EDITORIAL EDITORIAL

Neste número, prestamos homenagem à colega Agnela da Silva Giusta com a republicação de Concepções de aprendizagem e práticas pedagógicas, artigo seminal, lido por diferentes gerações de alunos e professores. Além de ser um texto de referência, ele foi escolhido por ter sido publicado no primeiro número de Educação em Revista, periódico com o qual a professora colaborou desde a sua criação. Contamos com uma introdução ao artigo de Agnela redigida pela colega e professora Regina Helena de Freitas Campos.

Além do texto em homenagem à Agnela Giusta, Educação em Revista publica 13 textos originais. Entre eles dez artigos, duas resenhas e um convite à reflexão na seção Palavra Aberta. O primeiro artigo é de autoria de Fernando Seabra Santos, Elimar Pinheiro do Nascimento e Cristovam Buarque e tem como título Mudanças necessárias na universidade brasileira: autonomia, forma de governo e internacionalização. Nesse artigo os autores analisam algumas das mais importantes reformas universitárias do século XX, principalmente, a Gilman-Flexner, de 1910, e a de Bolonha, de 1999, para, em seguida, examinar alguns desafios e fragilidades da educação superior brasileira.

É bem sabido que vivemos uma era de intensa produção e veiculação de conhecimentos. Lucia Leite, Laura Borelli e Sandra Eli Martins contribuem com o debate acerca da produção de conhecimento na contemporaneidade com o texto Currículo e deficiência: análise de publicações brasileiras no cenário da educação inclusiva. Tomando como base os artigos publicados em periódicos da área da educação disponíveis no sistema Scielo, as autoras analisam a ocorrência de termos como currículo, deficiência e educação especial e concluem que "as produções na área são escassas, no que diz respeito às estratégias para efetivação da educação inclusiva". Em outra esfera de circulação do conhecimento, Gisela Maria do Val e Julio Groppa Aquino, autores de A ordem do discurso jornalístico sobre educação: uma análise das matérias da Folha de S. Paulo de 1996 a 2006, a partir de um referencial foucaultiano, examinam matérias relativas ao campo da educação escolar no jornal Folha de S. Paulo. O período escolhido para o exame foi a década seguinte à promulgação da mais recente LDB, ou seja, de 1996 a 2006. Os autores identificam grande incidência de matérias sobre temáticas educacionais e afirmam que "o discurso jornalístico consagra-se como um potente recurso de governamentalização das atitudes e dos valores partilhados pela população no tocante ao raio de ação do trabalho educativo na atualidade". Raquel Alvarenga Sena Venera é a autora de O funcionamento de tipologias discursivas em livros didáticos de História, no qual, com apoio na análise do discurso, analisa duas coleções de livros didáticos. Como principal conclusão, afirma que "por caminhos diferentes, os livros didáticos fazem funcionar sentidos de democracia, de cidadania e de regulação dos sentidos das subjetividades em processo".

Quatro artigos trazem como tema a educação infantil. Márcia Buss-Simão é autora de Um olhar sobre os ajustamentos primários e secundários num contexto de educação infantil, pesquisa realizada em instituição pública de educação infantil da Rede Municipal de Florianópolis, estado de Santa Catarina. Utilizando recursos da etnografia, ela analisou "até que ponto as crianças se conformam e de que modo subvertem aquela organização dos espaços e tempos institucionais". Elisa Maria Dalla-Bona e Leilah Santiago Bufrem assinam o artigo Aluno-autor: a aprendizagem da escrita literária nas séries iniciais do ensino fundamental. As autoras analisam textos produzidos por alunos e enfatizam o papel do professor como aquele que instiga "a reflexão dos alunos sobre sua escrita e cria condições pedagógicas para que escrevam com prazer, autonomia e criatividade". No artigo As crianças e as notícias da televisão, Maria Inês Delorme analisa a relação de crianças de 6 a 8 anos com as notícias veiculadas pela televisão valendo-se de procedimentos etnográficos e elementos da Sociologia da Infância, da Psicologia sócio-histórica, da Comunicação Social e da Teoria da Literatura. Entre as conclusões, destaca a "repulsa identificada nas crianças ao texto jornalístico". Com o objetivo de "entrelaçar as narrativas de educadoras e fundadoras de uma instituição de educação infantil e suas práticas de educação e cuidado de crianças em uma periferia pobre de Belo Horizonte", Vanessa Ferraz Almeida Neves, no artigo que tem como título História coletiva e construções subjetivas: uma trama de narrativas em uma creche comunitária, tem como foco de análise as creches comunitárias.

A didática e a construção do conhecimento estão no cerne de dois artigos. Um deles, de autoria de Roberto Valdés Puentes e Andréa Maturano Longarezi, tem como título Escola e didática desenvolvimental: seu campo conceitual na tradição da teoria histórico-cultural e se apoia em autores da filosofia marxista e na psicologia histórico-cultural para analisar a escola e a didática. Concluem que "a didática se projeta e se efetiva na relação indissociável ensino-aprendizagem-desenvolvimento". Outro texto, de autoria de Maria Emília Caixeta de Castro Lima, tem como título Educação do campo e construção do conhecimento: tensões inevitáveis no trato com as diferenças. A autora examina questões relacionadas à construção do conhecimento no âmbito da escola, em especial, as "tensões emergentes nas universidades em decorrência da pressão por expansão de vagas no ensino superior que culminaram com o projeto Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI".

O livro Família, escola e juventude: olhares cruzados Brasil-Portugal, organizado por Juarez Tarcísio Dayrell e colaboradores a partir do I Colóquio Luso-Brasileiro de Sociologia da Educação, realizado em 2008, em Belo Horizonte, foi resenhado por Sheila Maria Doula. A resenhista destaca que "mesmo não havendo abordagens comparativas nos artigos, o leitor é capaz de encontrar similaridades teóricas, conceituais e empíricas que aproximam os pesquisadores e perceber consonâncias entre as famílias, entre as escolas e entre a juventude brasileira e a juventude portuguesa".

Janete Netto Bassalobre é autora da resenha do livro Ética e formação de professores: política, responsabilidade e autoridade em questão. O livro, organizado por Francisca Eleodora Santos Severino trata, segundo a resenhista, de "questões relacionadas à ética que permeiam a formação de educadores, objetivando compreender as transformações que vêm ocorrendo nas relações da ética com a prática educativa e a respectiva responsabilidade social".

Boa leitura!

Sérgio Cirino, Ana Galvão, Geraldo Leão, Júnia Sales, Manuela David e Zélia Versiani

Editores

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    Mar 2013
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