RESUMO:
Este artigo objetiva discutir o convívio doméstico cotidiano de famílias com crianças em idade escolar diante da pandemia de COVID-19. Intenciona, ainda, problematizar possíveis mudanças na rotina de vida de crianças brasileiras, em decorrência da ausência de frequência presencial nas escolas e ampliação de tempo diário em contextos domésticos. O trato crítico-interpretativo ofertado aos dados pauta-se nas concepções de convívio familiar, em consonância com o pensamento teórico sócio-humanista. Com aplicação de método misto (quantitativo e qualitativo), apresenta parte de resultados brasileiros obtidos por meio de questionário on-line, e-survey, em formato de opinião pública. Participaram 478 famílias brasileiras, majoritariamente residentes em municípios do estado de São Paulo. Os resultados indicam que a estruturação familiar acompanha mudanças propostas pelos adultos como sujeitos protagonistas de um saber fazer no cotidiano doméstico transformado pela pandemia. À luz da dialogia freireana, as mudanças indicadas pelos adultos ocorreram pela ampliação do sentimento de proximidade e reconhecimento dos filhos, além da inserção na rotina das atividades escolares e recriação de novas formas de educação diante dos diversos limites impostos. As alterações ocorridas na esfera domiciliar perpassam pela compreensão de novas configurações que estabeleçam relações educativo-dialógico-cooperativa entre os diferentes membros, crianças e adultos.
Palavras-chave:
cotidiano doméstico; crianças em lares; pandemia COVID-19; suspensão da escola presencial