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As contas dos escravos numa economia agrária: clientes de uma casa de comercial no interior de Santa Catarina Agradeço a Paulo Lúcio a acolhida no Arquivo Público e Histórico de Tubarão (depois citado como APHT), bem como aos seus colegas. Versões iniciais desse trabalho foram apresentadas no 9º Encontro de Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional (maio de 2019) e no XIII Congresso Brasileiro de História Econômica (setembro de 2019). Agradeço aos participantes pelos comentários e sugestões e aos revisores da revista que melhoraram o artigo.

Resumo

Discutimos os negócios dos escravos a partir das contas correntes como clientes de uma casa comercial em uma economia voltada para o mercado interno ao final do período escravista, evolvendo débitos e créditos, dinheiro e mercadorias. Os cativos forneceram milho e feijão e compraram um leque amplo de produtos, compreendendo alimentos, vestuário e utensílios. Em quase um terço dos lançamentos eles transacionaram dinheiro, representando a principal despesa debitada aos escravos, inclusive para o pagamento do seu escravista. Essas numerosas transações de valores substantivos dos escravos em pouco mais de um ano demonstram uma capacidade reiterada de manter negócios com a casa comercial. Embora apenas uma pequena parte deles alcançassem condições de acumular pecúlio, somente uma parcela ainda menor conseguiu sonhar com a liberdade.

Palavras-Chave:
Escravidão; Comércio; Escravo; Negócios; Conta corrente

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