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O valor estatístico de uma vida: estimativas para o Brasil

Resumo

Este artigo busca estimar os diferenciais compensatórios recebidos pelos trabalhadores brasileiros utilizando um painel de dados individuais construído a partir do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS) no período 2012 a 2015. Para este fim, inicialmente, constroem-se variáveis relacionadas às taxas de acidentes do trabalho (fatal, lesão e doença) para as subclasses da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e estima-se a função de salários hedônicos para diferentes amostras de trabalhadores separadas por gênero e grau de risco da ocupação juntamente com o cálculo do valor estatístico de uma vida (VSL), de doenças e de lesões para cada amostra. Os resultados mostram que para os homens em geral, o VSL é de R$2,442 milhões, enquanto para os homens blue-collars este valor é de R$1,119 milhão. Para as mulheres em geral, o VSL obtido é de R$1,088 milhão, porém, para as mulheres blue-collars os resultados obtidos não permitiram inferências a respeito. Ademais, constata-se que o VSL médio calculado para o Brasil está muito abaixo do obtido para a maioria dos países, inclusive dos países em desenvolvimento.

Palavras-Chave
Valor estatístico de uma vida; Diferenciais salariais compensatórios; Acidentes de trabalho; Empregos de risco; Dados em painel

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