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O eu-autor-escritor contemporâneo

resumo

Esta reflexão se refere à figura do autor, uma vez esta figura se translada para o meio digital, ou seja, para um espaço onde se pode observá-la de modo permanente. Essa passagem ao meio digital implica algumas mudanças na constituição de sua imagem autoral por parte do escritor, ou seja, por parte da pessoa física, do indivíduo que escreve, “o escrevente”, segundo Roland Barthes. Essa passagem ao meio digital está deslegitimando a figura do autor de nossos dias e, por isso, mudando o papel do escritor contemporâneo. Assim, a reação por parte do escritor reside em sua espetacularização. Discuto esta problemática a partir do conceito de ego-histórias, experiências pessoais presentes no texto em primeira pessoa, a partir algumas características presentes em duas narrativas: O espírito da prosa (2012), de Cristovão Tezza, e La parte inventada (2014), de Rodrigo Frésan. Evidencio, assim, como os meios digitais, a cultura digital e midiática em geral favorece uma reflexão metaliterária sobre a invenção de um eu-autor-escritor que satisfaz a necessidade do exibicionismo alimentado pelos meios digitais na constituição de uma imagem própria.

Palavras-chave:
autoria; meios digitais; espetacularização; autoficção

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB) Programa de Pós-Graduação em Literatura, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília , ICC Sul, Ala B, Sobreloja, sala B1-8, Campus Universitário Darcy Ribeiro , CEP 70910-900 – Brasília/DF – Brasil, Tel.: 55 61 3107-7213 - Brasília - DF - Brazil
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