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A resistência, de Julián Fuks: uma narrativa de filiação

Resistance by Julián Fuks: A Filiation Narrative

La resistencia de Julián Fuks: una narrativa de filiación

Resumo

Neste artigo explorarei o conceito de “narrativa de filiação”, de Dominique Viart, para analisar como Julián Fuks constrói sua relação com seus pais e irmãos e como as migrações dos ancestrais forjaram a família que veio parar em São Paulo durante a última ditadura militar na Argentina. Esse romance da era da pós-ficção aparece como testemunha do nosso tempo, testemunha dos horrores vivenciados por tantos humanos que perderam sua humanidade nos porões dos centros de tortura ou nos campos de extermínio durante a Segunda Guerra. Essa literatura de resistência se caracteriza pela ausência de linearidade, pela tensão entre o real e o ficcional, pela investigação, pelo recurso a hipóteses, plausíveis ou implausíveis, e pela preocupação com a questão social. Essa “escrita da restituição”, nas palavras de Viart, coloca em dúvida suas próprias investigações e desconfia de discursos e conceitos, recusa as ideias prontas e as verdades bem estabelecidas. A postura enunciativa é explicitada e o leitor sabe quem fala e de que lugar fala o narrador.

Palavras-chave:
literatura e ditadura; narrativa de filiação; pós-ficção; pós-memória

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB) Programa de Pós-Graduação em Literatura, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília , ICC Sul, Ala B, Sobreloja, sala B1-8, Campus Universitário Darcy Ribeiro , CEP 70910-900 – Brasília/DF – Brasil, Tel.: 55 61 3107-7213 - Brasília - DF - Brazil
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