Conversas e interações nas visitas de famílias à exposição virtual <i>Biodiversidade: conhecer para preservar</i> do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Categoria	Descrição
1. Conversas sobre ciências	Diálogos sobre algum tema científico, discute dilemas éticos e morais da ciência, impacto social da atividade científica, trazem dados ou conteúdos científicos etc.
1.1. Precisões sobre conteúdo científico da exposição	Demonstração de entendimento de conceito ou outra informação presente na exposição.
1.2. Imprecisões sobre conteúdo científico da exposição	Quando há aparente confusão no entendimento de conceitos ou quando o visitante diz explicitamente que não entendeu algo.
2. Conversas relacionadas ao conhecimento prévio/ cotidiano	Relação com saberes prévios e com acontecimentos ou fatos do cotidiano. Mobilização, utilização, questionamento sobre, seus próprios conhecimentos, crenças, rituais, modos de vida, na experiência museal, fazendo referência a vivências da infância, conhecimentos da escola; referências a filmes, livros, séries de TV etc.
3. Interação com texto	Interações diversas com conteúdo textual da exposição, incluindo leitura em voz alta, evidência de leitura silenciosa e contemplação.
3.1. Leitura explícita/ voz alta	A interação se dá pela leitura em voz alta de textos (integrais ou parte deles) de placas informativas, painéis, legendas, textos, charges, dos módulos expositivos.
3.2. Evidência de leitura silenciosa	Quando há indícios de leitura silenciosa, por meio de ações tais como: retornar a alguma informação disponível em texto; corrigir palavras ou trechos durante a leitura em voz alta de outro participante; cerrar os olhos e se inclinar para frente ao abrir um painel expositivo; passar o cursor no texto, seguindo as linhas; após ficar parado na frente do texto, explicar para os outros, em voz alta, o tema abordado na placa, fazendo pequenas inferências, comentários ou explicando o conteúdo do texto.
3.3 Relação com o texto	Quando não podemos confirmar se houve leitura, mas existe um tempo dedicado a interagir com placas e banners informativos, de forma contemplativa. Identificamos a relação com o texto quando os visitantes ficam alguns segundos ou minutos em silêncio, com o texto aberto ou em destaque na tela, e/ou quando o visitante rola ou marca um trecho do texto com o cursor.

Categorias/subcategorias	Ocorrência	% de ocorrência	Tempo de ocorrência	% de uso (tempo)	% do tempo total das visitas
1. Conversas sobre ciências	219	14%	01:25:51	11%	23%
1.1. Precisões sobre conteúdo científico da exposição	124	8%	00:58:08	8%	16%
1.2. Imprecisões sobre conteúdo científico da exposição	29	2%	00:09:00	1%	2%
2. Conversas relacionadas ao conhecimento prévio/ cotidiano	59	4%	00:17:16	2%	5%
3. Interação com texto
3.1. Leitura explícita/ voz alta	211	13%	01:04:32	8%	18%
3.2. Evidência de leitura silenciosa	63	4%	00:25:12	3%	7%
3.3. Relação com o texto	106	7%	00:26:02	3%	7%

Ex. 1. (G2): A1: E aí, o que você está vendo aqui? C1: Uma anta, uma capivara, uma jiboia, … A1: Jiboia OU sucuri? C1: Eu não sei. Nunca vi. Tamanduá, arara-azul. Clica ali. Ah, é uma sucuri. A1: Tamanduá você acertou. C1; A capivara eu acertei, a anta eu acertei, a arara-azul eu acertei. A1: Ah, eu quero ver o… foi esse aqui de cima que você falou, né? É garça, né. C1: Eu falei pelicano. A1: É difícil ter pelicano no pantanal, né. [conversa sobre ciências + evidência de leitura silenciosa]

Ex. 2. (G2): C1: Que troço é esse? Olha esse animal. Parece um caracol… A1: Ué, mas está escrito aqui oh. Parente de lula e polvo. C1: Eu falei caracol. A1: Ele tem concha, está escondido na concha. [conversa sobre ciências + leitura explícita/em voz alta]

Ex. 3. (G6): Com um painel aberto, no qual consta a palavra “vulnerável”. C1: Que que é “vulnerável”? A1: Vulnerável é que não está ameaçado de extinção ainda, mas têm poucos. Então tem que tomar cuidado com ele. [conversa sobre ciências + evidência de leitura silenciosa]

Ex. 4. (G10): A1: Aqui ficam os animais taxidermizados. C1: O que que é isso? A1: Eu já falei, lembra? Que é como você pega o animal… morre… C1: Sim! A1: E trata ele, arruma ele direitinho pra ele ficar… está vendo todos esses animais eles morreram, ó, está vendo? [mostrando com o cursor os animais nas prateleiras do museu] (...) ó, o pinguim… tem até o morcego, filho. Olha que bonitinho. Vamos ver se fala aqui, ó. A1 [clica para abrir a placa de informações sobre o tema e lê]: Taxidermia, ó: é uma técnica de preservação da pele de animais, principalmente vertebrados, que reproduz sua aparência e comportamento em vida. Após passar por um tratamento químico, a pele é preenchida com um manequim de espuma ou outros tipos de materiais simulando a anatomia do animal. Próteses artificiais de olhos, olhos, dentes e língua são adicionados para conferir maior realismo à peça. Entendeu? Então, no museu faz muito isso, viu filho. C1: Sim. [conversa sobre ciências + leitura explícita/em voz alta]

Ex. 14. (G8): A1: Não foi comigo [que a criança tirou a informação dos nomes dos dinossauros]. [...] [risos] Provavelmente na escola ou de leitura, porque ela gosta muito de ler. Mas não sei de onde vem. Ela estuda no Anglo daqui de Paulínia. Ela é privilegiada por ter essa vontade de aprender e da escola também estimular isso. Então pra ela fica muito bom assim, acredito que tenha sido na escola.

Ex. 15. (G1): A1: E tinha também bastante borboletas, que a gente gosta muito, né? C1: Porque [inaudível] ali fora tem um monte de borboleta. Tá que tá! A1: É, a gente tem um quintal com bastante plantas. C1: E daí tem tanta, mas tanta! A1: E daí tem muita borboleta por conta de um pé de maracujá que a gente tem. C1: E lá no fundo tem… e lá na garagem… nossa, tem um monte, um monte, um monte de casulo! A1: A gente mora num lugar que tem uma mata… C1: Tem uma floresta! A1: É, tem uma mata, atrás. Atrás da minha casa, eu não tenho vizinho, é a mata já. A minha casa faz costa com a mata. Então tem muito animal. C1: Outro dia tinha uma aranhona, assim, grandona! A1: É, a gente vê aranha pessoalmente, também, às vezes. [risos] C1: A gente podia estudar a aranha, a mamãe ficou encantada quando viu. [risos] [...]. A1: E aí tem muito bicho aqui. Aí a gente… a gente se interessou por isso. Tinha algumas borboletas que a gente vê aqui em casa, outras não… né filho? [...]

Ex. 16. (G2): C1: Aqui, achei. [mostra o livro para a entrevistadora] A1: Olha o livro que ele gosta aqui. [...] Foi numa exposição, nessa mata que estou te falando, a Mata de Santa Genebra, eles abriram para exposição. Normalmente ela é fechada. São visitas guiadas, é uma Área de Conservação, tem coisa federal, tem coisa municipal, ali. E numa visita que teve, ele viu um livro, que é de aves ali da região. C1: Vem até com um CD com sons de algumas aves. A1: Ele ficou olhando, olhando, olhando, e foi conversar com a… C1: Com a vendedora. A1: … com a moça que estava vendendo. Mas eu falei: “ela é a autora”. Ali ele foi lá comprar o livro e depois ele foi lá pedir autógrafo para ela.

[1] tutora.jessicabeck@gmail.com

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Conversas e interações nas visitas de famílias à exposição virtual Biodiversidade: conhecer para preservar do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Conversations and interactions in families' tour in the virtual exhibition Biodiversidade: conhecer para preserver at the Museum of Zoology of the University of São Paulo

Resumo