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Juventude negra, Ensino Médio e democracia: a luta pela escola

RESUMO

O presente trabalho apresenta dados etnográficos de uma pesquisa de doutorado realizada em escola pública na zona norte de São Paulo. Na realidade pesquisada, as garotas negras tiveram um papel importante na organização e manutenção do movimento de ocupação ocorrido no final de 2015. Neste artigo, pretendemos evidenciar como a presença da cultura negra no currículo escolar de uma instituição de Ensino Médio, junto a outras políticas de valorização e reconhecimento dessa cultura, pode ter contribuído para a articulação dessas jovens na decisão sobre o movimento. A ocupação se deu em meio a uma movimentação maior ocorrida no estado de São Paulo em 2015, tendo como principais objetivos: a) resistir à reforma do Ensino Médio anunciada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e b) reivindicar uma escola mais democrática, que reconheça as diferenças e possibilite a participação das jovens nos processos de decisão. A pesquisa realizada nessa unidade escolar tem como fundamentação teórica os estudos da sociologia da educação e os estudos antirracistas. Realizou-se, através de observações e entrevistas semiestruturadas com estudantes e docentes antes, durante e após o período de ocupação. Percebe-se que apesar das dificuldades, como perseguições à docentes e estudantes que participaram e apoiaram o movimento, o processo de ocupação contribuiu para a constituição de saberes fundamentais para a construção de um pensamento democrático, antirracista e feminista na instituição.

Palavras-chave:
Estudantes secundaristas; Ensino Médio; Antirracismo; Ocupações de escolas; Movimento estudantil

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