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Saber docente e experiências com feminismos: reconfigurações curriculares insurgentes

RESUMO

Este artigo tem por objetivo explorar os processos de objetivação e de subjetivação dos/nos currículos escolares, na interface com temáticas produzidas nos campos discursivos dos feminismos que tendem a deslocar e ampliar o horizonte democrático no campo educacional. Assume a postura epistêmica pós-fundacional e investe nas categorias “saber docente”, “sujeito biográfico”, “conhecimento disciplinarizado”, com o propósito de compreender em meio às estratégias mobilizadas no “currículo nosso de cada dia” os efeitos de deslocamento na interface currículo-conhecimento. Dialoga com as contribuições teóricas dos estudos da diferença e dos estudos biográficos, para produção de uma leitura política de currículo que permita desestabilizar sentidos historicamente hegemonizados no campo educacional da ideia de “sujeito autônomo racional”, bem como problematizar o entendimento do termo objetividade marcado por concepções metafísicas de “neutralidade” e “verdade”. Como campo empírico, o artigo explora fragmentos da narrativa produzida por um professor de Sociologia do ensino médio cujas propostas curriculares estão fortemente atravessadas pela questão da diferença. A análise apontou um movimento permanente de reformulação de repertórios de planejamentos de aula com propósito de responder às interpelações que emergem em meio ao processo de ensino-aprendizagem na relação com os estudantes, deslocando contingencialmente o entendimento sobre os conhecimentos legitimados a serem ensinados em sua disciplina.

Palavras-chave:
Currículo; Feminismos; Saber docente; Sujeito biográfico; Pós-fundacionismo

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