Trabalhos realizados atualmente sobre o tema relações universidade e sociedade propõem que estamos vivenciando uma Segunda Revolução Acadêmica, caracterizada pela agregação da função de desenvolvimento econômico regional e local, às já clássicas atividades de pesquisa e ensino desempenhadas pela universidade. Adicionalmente, alguns autores estão desenvolvendo o modelo de Hélice Tripla, uma proposta intermediária entre o livre mercado e o planejamento centralizado, que procura ultrapassar as limitações dos modelos baseados numa visão linear do processo de inovação. Este trabalho é baseado numa pesquisa sobre as relações da Unicamp e seus parceiros externos realizada no período 1995-1997. Tem por objetivo avaliar a intensidade dessas transformações no caso brasileiro, tomando por objeto de estudo a Unicamp, que foi implantada no início dos anos 60 e que visava fornecer apoio ao processo de industrialização do país. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira foram avaliados 732 contratos realizados no período 1982-1995 e gerenciados pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp. As principais informações obtidas nessa fase foram: freqüência, duração média, valor médio e participação no valor total - por categoria de financiador e por período de tempo. Numa segunda etapa, extraiu-se uma amostra de 25% do total, resultando em 116 contratos, o que conduziu à realização de 57 entrevistas com professores. Isso permitiu identificar a natureza dos contratos executados em cooperação, o perfil da interação, os seus impactos, as tendências, bem como realizar uma avaliação dos mecanismos institucionais de interação.
Unicamp; universidade; empresa; contratos; interação