Este texto visa apresentar reflexões sobre as transformações organizacionais e tecnológicas que vêm ocorrendo no ramo do comércio. Nos últimos anos vem crescendo o número de pessoas ocupadas neste ramo que, tal como ocorre em outros ramos, está promovendo significativas mudanças no processo de trabalho. Justifica-se seu estudo em face de sua importância na geração de empregos. Faz-se necessário saber como é o emprego gerado por este ramo; quem ocupa estes postos de trabalho e que qualificação o comércio exige de seus trabalhadores. No caso do ramo do comércio, onde o tipo de qualificação demandada anteriormente era simples, verificou-se que a reestruturação ¾ quer nos casos em que envolveu mudanças de gestão, quer naqueles onde houve a introdução de novos equipamentos informatizados ou em ambos ¾ ocorreu sem tornar o trabalho mais complexo e, portanto, sem promover uma elevação da qualificação dos trabalhadores envolvidos. O caso do comércio, onde predominam tarefas de natureza simples, sugere que o grau de qualificação demandado anteriormente pelo processo produtivo é uma variável importante para a reflexão acerca das implicações da reestruturação sobre os perfis ocupacionais.
Comércio; reestruturação produtiva; qualificação; organização do trabalho; automação comercial