Resumo
Disciplinar uma criança é uma das tarefas parentais mais difíceis. As crenças de eficácia contribuem para o (in)sucesso dessa experiência. Este estudo pretende analisar o papel preditivo das crenças de eficácia nos comportamentos disciplinares maternos. Participaram neste estudo 128 mães de crianças de idade pré-escolar, a quem foi pedido que respondessem a um Questionário de Comportamentos Disciplinares Parentais e à Subescala de Eficácia da Escala Ser Mãe/Pai. Os resultados mostram que as mães usam mais frequentemente os comportamentos indutivos, avaliando-os como mais eficazes. Os comportamentos de afirmação do poder são explicados pela idade da criança, nível educativo materno, percepção de auto-eficácia e crença na eficácia das estratégias de afirmação do poder e de punição não-física. Os comportamentos de punição não-física são explicados pelas crenças acerca da eficácia destes comportamentos e dos comportamentos indutivos. Finalmente, os comportamentos indutivos são explicados pelo género da criança e pelas crenças acerca da sua eficácia. No âmbito da intervenção na parentalidade, estes resultados sublinham a importância de intervir nas crenças de eficácia, para promover a mudança comportamental.
Palavras-chave
Disciplina da criança; Cultura; Práticas educativas; Parentalidade; Autoeficácia