Acessibilidade / Reportar erro

Registro do cultivo in vitro de Phyllachora torrendiella e Sphaerodothis acrocomie, agentes causais das lixas do coqueiro

In vitro growth of Phyllachora torrendiella and Sphaerodothis acrocomie, causal agents of coconut scab wart

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICVAL NOTES

Registro do cultivo in vitro de Phyllachora torrendiella e Sphaerodothis acrocomie, agentes causais das lixas do coqueiro

In vitro growth of Phyllachora torrendiella and Sphaerodothis acrocomie, causal agents of coconut scab wart

Virgínia C. de Oliveira* * Bolsistas do CNPq ; Edna C. Leal; Jefferson L. da S. Costa* * Bolsistas do CNPq

Embrapa Tabuleiros Costeiros, Cx. Postal 44, CEP 49001-970, Aracaju-SE, fax: (079) 226-1369, e-mail: jcosta@cpatc.embrapa.br

ABSTRACT

This is first report of mycelial growth of the Phyllachora torrendiella and Sphaerodothis acrocomie causal agents of small and large warts on cononut (Cocos nucifera) in completely artificial media.

Dentre os principais problemas que limitam a produção do coco (Cocos nucifera L.) no Brasil estão as doenças foliares causadas por Phyllachora torrendiella (Batista) Subileau, (Catacauma torrendiella Batista) (lixa pequena) e Sphaerodothis acrocomiae (Montagne) von Ax & Muller (Coccostroma palmicola Speg.) von Arx & Muller (lixa grande) (Renard, J. L, Paris: IRHO, 1988) responsáveis pela redução de até 50% do potencial produtivo da cultura (Subileau, et al. Mycotaxon, 49:175-185. 1993). Por serem parasitas obrigatórios, esses fungos ainda não haviam sido cultivados em meio artificial e, conseqüentemente, pouco se conhece sobre sua variabilidade. Neste trabalho testou-se o crescimento de P. torrendiella e S. acrocomiae em um meio artificial "completo", o qual já gerou resultados positivos em trabalhos com outros patógenos parasitas obrigatórios agentes causais de ferrugens e carvões (Holliday, Handbook of Genetics. 1:575-595. 1974). Para tanto, folhas infetadas do coqueiro com sintomas de lixa grande e pequena foram coletadas dos genótipos Anão Verde e Anão Vermelho depositados no banco de germoplasma da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Com auxílio de um microscópio estereoscópio, ascósporos individuais dos fungos foram retirados de estromas e dispersos sobre ágar-água (A-A). Em seguida blocos de A-A contendo um único ascósporo foram transferidos para erlenmeyers de 150 ml com o meio de cultura completo contendo os seguintes componentes: glucose (0,5%) tiamina (0.1 µg/ml), riboflavina (0,05µg/ml), piridoxina (0,05µg/ml), pantotenato de cálcio (0,2 µg/ml), inositol (0,4 µg/ml), ácido nicotínico (0,2 µg/ml), elementos essenciais (Ryan, et al., American, Journal Botanical. 30:784-799. 1943) e solução de sais (Holliday, Handbook of Genetics. 1: 575-595. 1974). O pH final foi ajustado alternativamente para 3,0 e 7,0. Estes isolados foram agitados por 15 dias a 135 rpm à 25 ± 2 ºC. A germinação dos ascósporos ocorreu entre dez e 15 dias em uma taxa de 25% de sucesso, em ambos os pH gerando intensa produção miceliogênica (Figuras 1 A e 1 B), sendo este o primeiro registro de cultivo in vitro destes patógenos. O S. acrocomie produziu uma massa miceliogênica disforme de cor branca (Figura 1 B) e o P. torrendiella produziu uma massa miceliogênica homogênea predominantemente de cor bege claro (Figura 1 A). O micélio desenvolvido foi colocado sobre lâminas em gotas de lactofenol, recoberto por lamínulas e, fotodocumentado em um microscópio Kodo Digital em aumento de 200 a 1000 x (Figuras 1 A1 e 1 B2). A possibilidade de cultivar estes patógenos in vitro permitirá o aprimoramento de seu conhecimento e o estudo de sua variabilidade genética através de técnicas moleculares.


Aceito para publicação em 09/10/2003

Autor para correspondência: Jefferson Luis da Silva Costa

  • *
    Bolsistas do CNPq
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Out 2004
    • Data do Fascículo
      Out 2004
    Sociedade Brasileira de Fitopatologia SGAS 902 Edifício Athenas - Bloco B, Salas 102/103, 70390-020 Brasília, DF, Tel./Fax: +55 61 3225-2421 - Brasília - DF - Brazil
    E-mail: sbf-revista@ufla.br