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Patogenicidade, caracterização molecular e teor de cercosporina de isolados brasileiros de Cercospora kikuchii

Cercospora kikuchii está envolvido na desfolha da soja (Glycine max), normalmente em associação com Septoria glycines, no final do ciclo da cultura. Setenta e dois isolados, obtidos principalmente de sementes com mancha púrpura e oriundas de diferentes regiões do Brasil, mostraram variabilidade fenotípica. O teor de cercosporina e a velocidade de crescimento de colônias foram bastante variáveis entre os isolados. Uma forte correlação foi identificada entre o teor de cercosporina e virulência. Diferenças genéticas, entre e dentro da população analisada, foram observadas por RAPD com a análise de 86 loci. As análises de RAPD permitiram agrupar os isolados em sete grupos. Nenhuma relação foi identificada entre os grupos de RAPD e a origem geográfica ou teor de cercosporina. A sequência da região espaçadora do DNA ribossomal (ITS1-5,8S-ITS2) foi determinada em 13 isolados escolhidos nos diferentes agrupamentos. A similaridade das sequências obtidas comparadas às sequências de C. kikuchii depositadas no GenBank (AY266160, AY266262, AY152577 e AF291708) variou de 97 a 100%. Este trabalho demonstrou que os isolados brasileiros de C. kikuchii de diferentes origens são variáveis quanto à virulência, aos padrões de RAPD e ao teor de cercosporina. O teor de cercosporina pode ser um bom parâmetro na escolha de um isolado adequado para seleção de cultivares tolerantes ou resistentes a esse patógeno. Considerando que ele é facilmente transmitido por sementes não é surpresa encontrar os mesmos haplotipos em diferentes regiões. A migração poderia ser favorecida por sementes infetadas como demonstrado na análise de RAPD.

diversidade genética; PCR-RFLP; RAPD; seqüência ITS; virulência


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