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Onde queremos chegar e o que precisamos fazer

Diante do colar belo como um sonho, admirei, sobretudo, o fio invisível que unia as pérolas, e se imolava anônimo para que todos fossem um.

Dom Helder Câmara

Um periódico científico se faz com o trabalho de editores, revisores, autores e leitores, todos alicerçados por um núcleo de editoração, que inclui operadores do sistema de submissão, porta de entrada de toda a produção oriunda das mais variadas fontes. Um periódico no estrato B1 que não cobra taxa de submissão ou de publicação torna-se porta de entrada de um grande número de trabalhos com muito baixa qualidade (alguns submetidos apenas para cumprir um requisito para obter diploma de graduação). Além disso — em menor número, mas ainda assim significativo —, temos os resultados de pesquisa nos níveis lato sensu e stricto sensu.

Os artigos oriundos de programas de pós-graduação são os que disseminam as evidências que norteiam nossas práticas e ajudam a alavancar as pesquisas de iniciação científica e os trabalhos de conclusão de curso, que deverão ser encaminhados a periódicos nos estratos B3, B4 e B5, preferencialmente, cumprindo um importante papel em um caminho já trilhado por este periódico. No momento, temos 249 artigos em processo de submissão aguardando vaga para avaliação, 154 estão com pareceristas, e 31 em correções pelo autor. Nos últimos 3 anos, 363 artigos foram recusados. Vale dizer que o periódico tem 250 pareceristas cadastrados. Desses, aproximadamente 90 cumprem suas avaliações em dia.

Não é preciso dizer que se trata de uma engrenagem em que cada peça depende absolutamente da outra para que o todo funcione sem prejuízo a nenhum dos elos da cadeia. Os avaliadores que contribuem com o periódico, em tempo hábil ou não, continuam tendo nele uma das poucas opções no cenário nacional para suas publicações, e têm, sim, uma corresponsabilidade com seus colegas que publicam e, portanto, executam um trabalho de grande importância, pois a produção de alguém só virá a público se for qualificada por um outro pesquisador, que, por sua vez, poderá, a qualquer momento, ter seu trabalho avaliado por esse alguém, preservado o óbvio anonimato.

Mudanças serão necessárias para que o periódico continue crescendo qualitativamente. Dentre elas, será adotada a cobrança de uma taxa de publicação para a manutenção do processo editorial em razão de investimentos cada vez maiores para atendimento aos padrões de qualidade do Qualis A2. Esse horizonte só será alcançado por um trabalho conjunto entre autores criteriosos que avaliem a consistência pertinência e a relevância do que querem publicar, atentando-se às normas do periódico; autores-avaliadores, que deverão encarar este veículo como uma forma de divulgação de seu trabalho e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de exercer sua responsabilidade com as evidências produzidas pela Fisioterapia e áreas afins; equipe de editoração; operadores do sistema de submissão; e editor-chefe. Esta última figura, de maior visibilidade, pode ser comparada à “ponta do iceberg”, pois está descoberta. Almejamos, cada vez mais, uma construção conjunta e de qualidade em que todos sejam anônimos, visto que todos são semeadores e colhedores dos frutos.

Boa leitura a todos!

Auristela Duarte Moser
Editora-Chefe

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2014
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