RESUMO
O objetivo desta revisão busca compreender o uso da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) para identificar sua relação com a ocorrência de lesões esportivas que não envolvem contato, além de indicar padrões da VFC após concussões para orientar o retorno seguro ao esporte. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados Pubmed, EMBASE e PEDRo, incluindo artigos até dezembro de 2020, utilizando os seguintes termos: ((((athletes OR players) AND (Heart Hate Variability OR HRV)) AND (sport OR sports OR exercises OR physical activity)) AND (injuries OR injury)). Os princípios de elegibilidade de PICOS foram: P (population): atletas, I (intervention): o uso da VFC, C (control): atletas não lesionados, O (outcomes): índices de VFC e suas relações com lesões esportivas, e S (study): estudos em seres humanos. De 62 artigos identificados na busca, 12 foram incluídos na revisão, sendo 6 mostrando que a diminuição da VFC e o desequilíbrio simpatovagal estão relacionados à fadiga, overtraining e overreaching; e 6 artigos relacionados com a avaliação da VFC pós-concussão, onde identificaram alteração de modulação autonômica nos atletas concussionados que vão além da ausência dos sintomas. Em conclusão, a VFC pode ser uma ferramenta utilizada no âmbito esportivo para identificar maior risco de lesões esportivas sem contato, identificando situações de fadiga, overtraining e overreaching, como também auxiliar no processo de retorno ao esporte pós-concussão cerebral pela avaliação do balanço autonômico.
Descritores:
Esportes, Ferimentos e Lesões; Frequência Cardíaca