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Influência da massa corporal na frequência de linfedema e outras complicações depois de cirurgia para câncer de mama

RESUMO

Avaliou-se a influência do índice de massa corporal (IMC) pré-operatória na ocorrência de linfedema, aderência cicatricial, dor e peso no membro superior nos primeiros dois anos após cirurgia para câncer de mama. O estudo é uma análise retrospectiva, secundária de 631 prontuários de mulheres submetidas à cirurgia para câncer de mama e encaminhadas ao Programa de Fisioterapia do Hospital Professor Dr. José Aristodemo Pinotti do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, CAISM /UNICAMP, entre janeiro de 2006 e dezembro de 2007. Eram mulheres com idade média de 56,5 anos (±13,7 anos), a maioria (55%) com sobrepeso ou obesa. Os estádios clínicos II e III foram encontrados em 63% das mulheres. Mastectomia radical foi a cirurgia mais frequente (54,4%), seguida por quadrantectomia (32,1%). No primeiro ano após a cirurgia não houve associação significativa entre as categorias do índice de massa corporal e incidência de aderência cicatricial, dor, peso e linfedema. No segundo ano, mulheres com sobrepeso e obesidade apresentaram maiores taxas de peso no membro superior e linfedema. Para linfedema houve diferença significativa entre as categorias de índice de massa corporal (p=0,0268). Mulheres obesas têm 3,6 vezes mais chance de desenvolver linfedema no segundo ano após a cirurgia (odds ratio 3,61 95% IC 1,36-9,41). Concluiu-se que IMC ≥25kg/m2 anterior ao tratamento para câncer de mama pode ser considerado fator de risco para desenvolvimento do linfedema dois anos após a cirurgia. Não houve associação entre IMC e outras complicações.

Descritores:
Neoplasias da Mama/complicações; Linfedema; Índice de Massa Corporal; Fator de Risco

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