A neurocisticercose, causada pelo cisticerco, a larva do cestóide Taenia solium, é a infecção mais comum do sistema nervoso central e constitui importante problema de saúde pública em muitos países. A sua prevalência na região de Curitiba, localizada no Estado do Paraná, foi estimada em 9%, situando-se entre as mais elevadas do mundo. Os aspectos genéticos de suscetibilidade à neurocisticercose (NCC) ainda são pouco conhecidos. Com o objetivo de investigar se genes do MHC influenciam a suscetibilidade individual à NCC, realizamos uma análise de associação caso-controle. Cinqüenta e dois pacientes caucasóides e 149 indivíduos-controle pareados foram tipados para antígenos dos locos HLA-A, B, C, DR e DQ. Todos os pacientes apresentavam tomografia computadorizada e sinais clínicos compatíveis com NCC parenquimatosa. Imunofluorescência indireta do líquido céfalo-raquidiano mostrou que 19 (37%) pacientes apresentavam anticorpos anti-cisticerco com títulos <FONT FACE="Symbol">³</font>1:10. As freqüências de especificidades HLA no grupo total de pacientes e no subgrupo de pacientes que apresentaram anticorpos no líquor foram comparadas àquelas do grupo controle. Nenhuma diferença significativa foi detectada. Esses resultados não sustentam a hipótese de participação dos genes HLA na suscetibilidade à neurocisticercose parenquimatosa.
