Os coeficientes de correlação intraclasse foram calculados para os índices de Apgar 1 e 5 minutos após o nascimento de 604 pares de gêmeos em uma maternidade do sudeste brasileiro, depois que esses índices foram ajustados para idade gestacional e sexo. Os dados obtidos apoiaram a hipótese genética apenas em relação ao primeiro índice de Apgar, provavelmente porque ele é menos influenciado pelo ambiente do que 4 minutos depois, quando os recém-nascidos já estiveram sob os cuidados de uma equipe de neonatologistas. Os gêmeos nascidos em primeiro lugar apresentaram, em média, melhor estado clínico que os nascidos em segundo lugar, visto que os primeiros mostraram uma proporção de índices de Apgar inferiores a 7 significativamente menor do que os nascidos em segundo lugar, tanto um minuto (17,5% contra 29,8%) quanto cinco minutos após o nascimento (7,2% contra 11,9%). A proporção de recém-nascidos com índices de Apgar que indicam bom prognóstico foi significativamente menor nos gêmeos do que em 1.522 conceptos únicos nascidos na mesma maternidade. Índices de Apgar menores do que 7, obtidos um e cinco minutos após o nascimento, foram encontrados respectivamente em 9,2% e em 3,4% dos recém-nascidos de parto único.
± SD