Neste artigo o autor confronta o problema do valor científico da disciplina etnológica. Tomando como ponto de partida as reflexões epistemológicas de Jean Piaget, e passando pelo fato social total de Mauss, o autor considera os "trunfos" do método etnográfico (observação participante e entrevista aberta) ao mesmo tempo que sublinha a necessidade de rigor e sistematismo, para mostrar sua grande utilidade atual, inclusive para o estudo de sociedades complexas. Enfim, o vai-e-vem entre as direções da pesquisa, os materiais encontrados em maior ou menor relação com estas direções, e as hipóteses de pesquisa depreendidas do sistema de pensamento do pesquisador devem permitir, por interações equilibradoras e estruturantes, por antecipação e feed-back, chegar a resultados científicos, sob a condição de haver um bom funcionamento do pesquisador que, descobrindo as conexões, ordena os processos complexos que estuda.
epistemologia; etnografia; métodos e técnicas de pesquisa