RESUMO
A pesquisa discutida neste artigo relata as dificuldades relacionadas à coleta de dados de perda de hortaliças folhosas na colheita e no beneficiamento e propõe um método para estimar as perdas em uma pesquisa exploratória. A perda foi estimada para rúcula (Eruca sativa), coentro (Coriandrum sativum) e alface (Lactuca sativa) em dois estabelecimentos agropecuários (EA) localizados no Distrito Federal, Brasil. O melhor índice para expressar a perda foi diferente se a hortaliça é comercializada em unidades (alface) ou em maços (rúcula e coentro). A perda de rúcula variou entre estabelecimentos e entre safras sucessivas em um mesmo estabelecimento. No EA 1, ela variou de 80,6% a 0,0% da área plantada e no EA 2, de 42,4% a 72,4% da área. A perda de coentro no EA 1 variou de 0,0% a 10,8% da área, comparada à variação de 2,3% a 34,5% no EA 2. A perda total para cada tipo de alface (crespa, lisa, roxa e mimosa) também variou entre estabelecimentos e entre safras sucessivas em um mesmo estabelecimento. Considerando os levantamentos individuais em ambos EA, a perda de alface crespa variou de 1,4% a 84,8% da população de plantas no início da colheita, a depender do EA, da safra e do tipo de alface. Medir as perdas de hortaliças folhosas na produção primária mostrou-se bastante difícil e demorado. Dois limites foram particularmente difíceis de estabelecer: produtos comercializáveis versus não comercializáveis e perda de produtividade versus perda de alimentos. Tendo em vista as dificuldades enfrentadas durante a mensuração da perda de hortaliças folhosas na produção primária, a metodologia foi alterada para diminuir o número de visitas e o tempo de permanência nos EA necessários para a realização do levantamento; ser independente da coleta de dados pelo agricultor e pela equipe do EA; reduzir os custos de deslocamento para os EA.
Palavras-chave:
Eruca sativa; Coriandrum sativum; Lactuca sativa; perdas pós-colheita; desperdício de alimentos