Memórias/ saudade |
“Eu vejo mais [as fotos e os vídeos] quando eu tô triste, mas vira e mexe eu me pego vendo vídeo da Luísa, quando eu tô com saudade.” (Trecho de entrevista) |
Reflexões, sentimentos e estratégias para lidarem com a saudade e lembranças. |
Corpo/ autoimagem |
“Minhas irmãs tiraram foto no leito comigo e rápido elas jogaram no Face, aí o pessoal tava lá no Face querendo saber [porque ele estava no hospital]. Falei ‘pelo amor de Deus! Não!’ [...] Eu mandei tirar... [eu me senti] triste, meu Deus do céu, não gostei! Porque espalha, é ‘olha como é que o cara tá!’, e eu tava barbudo, cabeludo... Ele apagou, melhor assim. A gente tem que mostrar nossa situação pra Deus, não pro ser humano.” (Trecho de entrevista) |
Preocupações referentes à aparência. |
Notícias sobre o tratamento |
“Pedro não queria que ninguém soubesse o que ele tinha (a não ser, segundo ele, os amigos mais próximos), mas uma amiga fez check in com ele no Inca e todos souberam. Com isso ele teve que responder a uma enxurrada de comentários e não gostou da situação. Acha que é muita exposição e muito cansativo” (Trecho do diário de campo) |
Pacientes publicam relatos sobre seu tratamento; amigos e familiares acompanham tudo por meio dessas publicações, demandando mais notícias. |
Compartilhamento de experiências |
“[...] Nossa vc está igual a mim. Como eu passei uns 3 aniversários no hospital e sendo que estava fazendo quarto terapêutico, detalhe sem visita só falava no telefone. Mas Deus cuidou de mim desta forma no silêncio nada melhor que conversar e saber que ele está conosco nesta empreitada [...]” (Comentário no Facebook de participante) |
Rede de contatos das mídias sociais compartilha suas experiências de câncer por meio de comentários em postagens dos pacientes, como forma de apoiá-los. |
Indiretas |
“Uma vez me perguntaram: por que vc trata bem até aqueles que não gostam de vc e são falsos? A resposta foi simples e direta: O mal não está em mim!!! E sim naqueles que insistem em falar de mim.” (Publicação no status do WhatsApp de participante) |
Pacientes postam conteúdos cujo real significado não pode ser compreendido por todos. |
Rede de apoio |
“Então tu vê a pessoa lembrando de você, de momentos com você, é muito bom! [...] aí, eu me senti muito bem, bem melhor.” (Trecho de entrevista) |
Efeitos positivos causados por comentários de incentivo e votos de melhoras nas mídias sociais dos pacientes. |
Importância de visitas |
“Uma amiga visitou Andreia, a outra não conseguiu subir porque acabou o tempo. Disse ter ficado surpresa, porque não tinha contado sobre a doença a ela [...]. Ela demonstrou bastante alegria com o interesse da amiga.” (Trecho do diário de campo) |
Presença de visitas faz com que o paciente se sinta valorizado, lembrado. |
Abandono |
“Não recebi visita, mas não chamei ninguém também não. Eu evito também. Porque é um negócio mais pessoal assim, entendeu? […] Agora parente, como tem muitos parentes aí que ficam telefonando ‘eu vou aí, eu vou aí! Antônio, quando eu chegar na sua casa eu vou aí te ver, todo dia eu tô aí’. Algum foi um dia? Sumiram… então… enfim… parente eu evito, todo mundo tem esse tipo de parente na vida, todo mundo tem.” (Trecho de entrevista) |
Oposta à categoria anterior: a ausência de visitas traz sentimento de abandono ao paciente. |