Resumo
O presente trabalho tem como foco os usos da telefonia móvel como reprodutora musical em espaços públicos. Esta prática é comumente produzida por jovens de setores populares, que escutam cumbia ou reggaeton em volume alto e sem fones de ouvido. Esta apropriação tecnológica é geralmente combatida por seus pares, a cultura adulta, inclusive por profissionais e usuários do transporte público que pedem para que não se pratique. Desse modo, começam a haver leis que proíbem o uso de reprodutores musicais sem fones de ouvido no transporte público. Nesse contexto, propomos analisar o fenômeno a partir de uma perspectiva qualitativa, baseada em entrevistas com jovens e observações. Verifica-se que não se trata somente do incômodo que causa esse tipo de ruído, mas de críticas sobre o gênero musical que esses jovens escutam e, então, de uma forte presença de discriminação de classe.
Palavras chave:
Telefones celulares; Jovens; Usos e apropriação tecnológica; Transporte público; Música