O artigo analisa as interações comunicacionais vivenciadas no contexto do Movimento Sem Terra (MST), buscando compreender como moradores de um assentamento em particular - o Itapuí- RS - mantêm e (re) atualizam sua experiência com o Movimento, por meio de um conjunto de processos comunicacionais dinamizados interna e externamente às vivências do assentamento. As reflexões teóricas fundamentam-se nos estudos culturais e de recepção com ênfase nas noções de cotidiano, experiência, identidade e memória. A metodologia, de caráter etnográfico, constituiu-se de visitas regulares com observações sistemática e pesquisa documental no cotidiano do assentamento e de realização de entrevistas antropológicas com seus moradores. Os resultados apontam que as interações dos assentados com o MST são constituídas na articulação de processos comunicacionais socioculturais não mediados pelas mídias (festas, eventos comemorativos do movimento etc.), e processos midiatizados em que assume relevância a presença da mídia de caráter comercial.
Comunicação; Interação; Movimento Sem Terra; Identidades; Experiência