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Relações ecológicas entre a serrapilheira de manguezal e a distribuição espacial do gastrópodo Melampus coffeus em uma borda de floresta de mangue

A serapilheira representa fonte de alimentos para diversos organismos que podem contribuir diretamente para a decomposição de matéria orgânica. A presença física desses detritos vegetais pode modificar áreas do ambiente e promover a formação de microhabitats, servindo de refúgio para diversos animais contra predadores e dessecação. O gastrópode Melampus coffeus (Linnaeus, 1758) (Ellobiidae) é comum em florestas de mangue na costa do Atlântico e se alimenta de folhas de mangue caídas. Nesse trabalho foi assumida a hipótese de que a distribuição espacial do Melampus coffeus é diretamente afetada pela deposição de serapilheira no manguezal. Objetivou-se avaliar a distribuição espacial desses gastrópodes em relação à serapilheira de mangue durante doze meses de coletas. A área de estudo foi estabelecida no médio estuário do rio Pacoti, Estado do Ceará, Brasil onde foram determinadas duas zonas de diferentes perfis topográficos. Amostras de Melampus coffeus e de serapilheira foram coletadas mensalmente. Os resultados indicaram que a presença de galhos na superfície do solo do manguezal favorece a ocupação do ambiente por indivíduos dessa espécie de molusco de menor tamanho, provavelmente porque indivíduos menores são mais suscetíveis ao ataque de predadores e à dessecação e a presença de galhos pode formar microhabitats mais seguros.

Ellobiidae; macrodetritívoro; microhabitat; Rio Pacoti; Rhizophora mangle


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