OBJETIVO: avaliar o padrão de desoclusão apresentado nos movimentos excursivos mandibulares e a presença ou não de interferências oclusais e patologias relacionadas à oclusão (recessão gengival e abfração). MÉTODO: exame de 120 indivíduos, divididos em 2 grupos: Grupo 1 - 90 pacientes com fissura completa de lábio e palato, subdivididos em 30 pacientes com fissura completa de lábio e palato unilateral esquerda, 30 pacientes com fissura completa de lábio e palato unilateral direita e 30 com fissura completa de lábio e palato bilateral; e Grupo 2 - 30 indivíduos sem fissuras (grupo controle). RESULTADOS: 58,8% do Grupo 1 apresentaram guia canina uni ou bilateralmente, 26,6% apresentaram desoclusão com função em grupo uni ou bilateral e 54,4% realizaram estes movimentos laterais através dos dentes posteriores; 80% dos pacientes do Grupo 1 realizava protrusão pelos dentes anteriores e 20 % pelos posteriores. Para o Grupo 2, guia canina uni ou bilateral foi observada em 69,6% dos indivíduos, 43,2% apresentaram função em grupo uni ou bilateral e somente 13,3% realizaram os movimentos laterais pelos dentes posteriores. Apenas 3,4% dos indivíduos do Grupo 2 apresentaram protrusão pelos dentes posteriores. CONCLUSÕES: não houve diferença estatisticamente significativa no padrão de desoclusão entre os subgrupos de pacientes com fissuras. O Grupo 2 apresentou predominância de função em grupo bilateral, enquanto o Grupo 1 apresentou maior prevalência de guia posterior durante os movimentos laterais. A protrusão ocorreu principalmente por guia anterior no Grupo 2 e pelos dentes posteriores no Grupo 1. Houve alta prevalência de interferências oclusais na região de molares para ambos os grupos, entretanto sem correlação com patologias oclusais (recessão e abfração).
Fissura lábio-palatina; desoclusão
