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Tecnologias disruptivas para hemodiálise: membranas de ponto de corte médio e alto. O futuro é agora?

Resumo

Na última década, uma nova classe de membranas de hemodiálise (HD) (classe de início de alta retenção) tornou-se disponível para uso clínico. As membranas de ponto de corte alto (HCO) e ponto de corte médio (MCO) têm poros mais largos e maior uniformidade no tamanho dos poros, permitindo uma maior depuração de toxinas urêmicas. Devido ao mecanismo de retrofiltração/filtração interna, as moléculas médias são arrastadas pelas forças convectivas, não sendo necessária uma solução de substituição. O dialisador de HCO é aplicado em pacientes sépticos com lesão renal aguda que requerem terapia renal substitutiva contínua. A resposta imunológica é modulada graças à remoção de mediadores inflamatórios. Outra aplicação atual para o dialisador de HCO é em hematologia, para pacientes em HD secundária ao rim do mieloma, uma vez que as cadeias leves livres são removidas mais eficientemente com a membrana de HCO, reduzindo seu efeito deletério sobre os túbulos renais. Por sua vez, o dialisador de MCO é utilizado para pacientes em HD de manutenção. Uma miríade de ensaios clínicos publicados nos últimos três anos demonstra consistentemente a capacidade desta membrana de remover toxinas urêmicas de forma mais eficiente do que a membrana de alto fluxo, uma ruptura evolutiva no padrão de cuidado em HD. As preocupações de segurança em relação à perda de albumina, bem como a contaminação do sangue por pirogênios no dialisato foram superadas. Neste artigo de atualização, exploramos o surgimento de novas membranas de diálise à luz das evidências científicas que apoiam seu uso na prática clínica.

Descritores:
Diálise; Diálise Renal; Uremia

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