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Relação Diádica e Qualidade de Vida de Pacientes com Doença Renal Crônica

Resumo

Introdução:

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) e o tratamento dialítico provocam uma sucessão de situações para o doente renal crônico, que compromete o seu aspecto, não só físico como psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais.

Objetivo:

(1) verificar a existência de diferenças do relacionamento diádico (RD) de acordo com o Tratamento Substitutivo Renal (TSR) e (2) verificar a existência de diferenças da qualidade de vida (QDV) de acordo com o TSR.

Métodos:

O presente estudo transversal é de carácter descritivo mediante inquéritos, exploratório e correlacional. A amostra é constituída por 125 participantes. Destes, 31 encontravam-se a efectuar TSR por diálise peritoneal automatizada (DPA) e 94 por hemodiálise (HD). Os participantes foram selecionados de três centros renais: (1) Centro Renal da Prelada (Porto); (2) Centrodial (São João da Madeira); e Centro Renal da Misericórdia de Paredes (Paredes). O estudo realizou-se durante 6 meses. Aplicou-se os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico e clínico (QSD&C); Dyadic Adjustment Scale (DAS); World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref).

Resultados:

Os resultados demonstram a existência de diferenças estatisticamente significativas entre o tipo de TSR e a maioria dos domínios de QDV, bem como, a existência de diferenças estatisticamente significativas entre as subescalas do Ajuste Diádico avaliadas e o tipo de TSR.

Conclusão:

O presente estudo demonstra um maior comprometimento ao nível da QDV dos indivíduos submetidos a tratamento por HD quando comparados com os submetidos à DPA. Verifica-se, igualmente, que o AD é mais fortemente percebido pelos pacientes em DPA do que com HD.

Palavras-chave:
ajustamento social; qualidade de vida; terapia de substituição renal

Abstract

Iintroduction:

Chronic Renal insufficiency (CRI) and dialysis treatment lead to a succession of situations for kidney chronic patient, which compromises his aspect, not only physically, and psychologically, with personal, family and social repercussions.

Objective:

(1) to verify the existence of differences of dyadic adjustment (DA) according to renal replacement treatment (RRT) and (2) verify the existence of differences quality of life (QOL) in accordance with the RRT.

Methods:

This is a cross-sectional study of a descriptive nature through surveys, exploratory and correlational. The sample consisted of 125 participants. Of these, 31 were to be made RRT by automated peritoneal dialysis (APD) and 94 hemodialysis (HD). Participants were selected from three renal centers: (1) Centro Renal da Prelada (Porto, Portugal), (2) Centrodial (S. João da Madeira, Portugal) and Centro Renal da Misericórdia de Paredes (Paredes, Portugal). The study was carried out for 6 months. The following instruments were applied: Socio-demographic and clinical questionnaire (SDCQ), Dyadic Adjustment Scale (DAS), World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref).

Results:

The results demonstrate the existence of statistically significant differences between the type of RRT and most areas of QOL, as well as the existence of statistically significant differences between the subscales of the DAS evaluated and the type of RRT.

Conclusion:

The present study demonstrates a greater commitment in terms of QOL of individuals undergoing treatment for HD when compared with those subjected to APD. It turns out, also, that DA is most strongly perceived by patients in APD than with HD.

Keywords:
quality of life; renal replacement therapy; social adjustment

Introdução

A doença renal crônica (DRC) e o tratamento dialítico levam os pacientes renais crônicos a uma sucessão de situações que acabam por comprometer não apenas aspectos físicos e psicológicos de suas vidas, mas também pessoais, familiares e sociais. Para Riella,1Almeida FA. Hipertensão arterial essencial. In: Riella MC. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 1996. p.503-22. o paciente renal crônico vivencia uma mudança súbita em sua vida, passando a sofrer com limitações, com o tratamento doloroso que é a hemodiálise, com pensamentos sobre morte, juntamente com a possibilidade de passar por um transplante renal e as expectativas de ter melhorada sua qualidade de vida. Consequentemente, Lima & Gualda2Lima AFC, Gualda DMR. Reflexão sobre a qualidade de vida do cliente renal crónico submetido a hemodiálise. Nursing (Säo Paulo) 2000;3:20-3. relatam que pacientes renais crônicos acabam se sentindo desestimulados e desesperados e que, por esses motivos ou por falta de orientação, acabam abandonando o tratamento ou deixando de se preocupar com a atenção constante a que devem se submeter. Assim, é necessário estimular nos pacientes a adaptação positiva ao novo estilo de vida e ao papel que deverão desempenhar no controle da doença.

Todos os aspectos da vida são afetados pela doença renal e por seu tratamento, e os efeitos são sentidos por todos os envolvidos com o paciente.3Bradley C, McGee H. Improving quality of life in renal failure: ways forward. In: McGee H, Bradley C, eds. Quality of life following renal failure. Chur: Harwood Academic Publishers; 1994. p.275-99. Uma melhor compreensão das ansiedades e preocupações diárias que afligem os pacientes permitirá que os profissionais que trabalham em unidades de nefrologia ofereçam um suporte mais adequado.4Williams A. Economics of coronary artery bypass grafting. Br Med J (Clin Res Ed) 1985;291:326-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.291.6491.326
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As ações devem ser iniciadas o mais cedo possível de modo a evitar problemas práticos, materiais (como as questões relacionadas a emprego e situação financeira) ou emocionais (problemas de relacionamento e temores desnecessários em torno do prognóstico e do tratamento).3Bradley C, McGee H. Improving quality of life in renal failure: ways forward. In: McGee H, Bradley C, eds. Quality of life following renal failure. Chur: Harwood Academic Publishers; 1994. p.275-99.

Assim, ao enfrentar uma crise ou doença, o indivíduo tende a recorrer a todos os recursos disponíveis, na luta para estabelecer o auto-equilíbrio que supunha ter e encarar a ameaça que se aproxima. Portanto, podemos dizer que a rede social de apoio é uma das variáveis mais importantes que podem afetar de maneira positiva ou negativa o enfrentamento da crise ou doença.5Silva CN. Como a rede social interfere numa crise emocional. Rev Bras Neurol Psiquiatr 1997;1:78-91. Portanto, é muito importante avaliar o nível do relacionamento conjugal e o ajustamento diádico (AD) percebido pelos pacientes com insuficiência renal crônica, além de coletar informações relevantes para o conhecimento das variações do bem-estar psicológico relatado em saúde e doença, e analisar a qualidade de vida a partir de variáveis como depressão, preservação da autoestima e aceitação do tratamento renal substitutivo. Dados esses fatos, fica claro que o apoio familiar e de amigos atua como uma alavanca para a manutenção do equilíbrio do pacientes, levando em consideração as mudanças nos hábitos individuais e a promoção contínua de comportamentos que melhorem a saúde geral, envolvendo também as pessoas que dão assistência ao paciente.6Kaveh K, Kimmel PL. Compliance in hemodialysis patients: multidimensional measures in search of a gold standard. Am J Kidney Dis 2001;37:244-66. PMID: 11157365 DOI: http://dx.doi.org/10.1053/ajkd.2001.21286
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Pode-se considerar que o apoio social seja o resultado das ações positivas e negativas dos relacionamentos percebido pelos indivíduos segundo as definições de Sarason et al.7Sarason IG, Levine HM, Basham RB, Saranson BR. Assessing social support: The Social Support Questionnaire. J Pers Soc Psychol 1983;44:127-39. DOI: http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.44.1.127
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Em termos mais simples, parece evidente que no apoio social o ajustamento diádico pode operar como precursor de uma melhor adaptação dos indivíduos com DRC, provavelmente elevando seu nível de otimismo e positividade, sem falar da qualidade de vida e dos laços entre todos os envolvidos, uma vez que o tratamento renal influencia fortemente os níveis físico e mental.8Herek GM, Levy SM, Maddi SR. Psychological aspects of serious illness: chronic conditions, fatal diseases, and clinical case. Washington: Rand; 1990.

Como observado anteriormente, é necessário sistematizar as implicações psicossociais inerentes a este problema de saúde, uma vez que as pessoas com DRC sofrem com as devastadoras consequências sociais e psicológicas da doença, que se manifestam de forma direta, em função dos efeitos da patologia e do tratamento, ou indireta, por meio das implicações desses efeitos sobre o desempenho pessoal. Recentemente, a atenção dos profissionais de saúde se virou para tratamentos cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida (QV) dos pacientes renais crônicos no próprio âmbito do tratamento renal, e não apenas prolongar a sua vida.

A melhora da QV é uma meta sempre presente na vida cotidiana de todos. Contudo, os indicadores de bem-estar e QV dos pacientes renais crônicos são extremamente diferentes daqueles aplicados a indivíduos hígidos, uma vez que suas metas giram em torno de conseguir atingir um nível de vida/saúde que lhes proporcione dignidade e independência.9Collier J, Watson AR. Renal failure in children: specific considerations in manageament. In: McGee H, Bradley C, eds. Quality of life following renal failure: psychosocial challenges accompanying high technology medicine. Chur: Harwood Academic Publishers; 1994. p. 211-45. É óbvio que nas últimas décadas, por conta do surgimento do tratamento renal substitutivo (TRS) e das terapias adjuvantes,9Collier J, Watson AR. Renal failure in children: specific considerations in manageament. In: McGee H, Bradley C, eds. Quality of life following renal failure: psychosocial challenges accompanying high technology medicine. Chur: Harwood Academic Publishers; 1994. p. 211-45. houve consideráveis avanços tecnológicos e terapêuticos que elevaram o bem-estar dos pacientes, particularmente no tocante a aumento da longevidade e manutenção de algumas capacidades (ainda que aquém de sua plenitude).

O problema da DRC e sua influência sobre a QV dos indivíduos pode ser melhor compreendido quando analisado à luz de considerações fisiopatológicas. O atingimento de certos níveis de saúde e QV depende, em grande monta, das incertezas e temores que os pacientes tem acerca de seu futuro, das preocupações com a família, de distúrbios do sono, das limitações ocupacionais impostas pela diálise, da falta de vitalidade, do tempo excessivo dispendido em tratamento, das restrições alimentares, dos esquemas de administração de medicamentos, dos problemas técnicos com o equipamento e do medo das complicações que podem ocorrer durante a diálise. Vários autores citam a persistência de sintomas depressivos, baixa autoestima, medo de rejeição e dos efeitos colaterais da TRS que podem influenciar a QV dos indivíduos portadores de DRC.1010 Altschuler J. Working with chronic illness. London: MacMillan Press; 1997.

11 Eiser C. Growing up with a chronic disease: the impact on children and their families. London: Jessica Kingsley Publishers; 1993.
-1212 Fedewa MM, Oberst MT. Family care giving in pediatric renal transplant population. Pediatr Nurs 1996;22:402-7.

Método

No presente estudo, apresentaremos uma análise da relação entre AD e QV de pacientes com DRC. Trata-se de um estudo transversal de natureza descritiva, exploratória e correlacional, cuja intenção é contribuir para o maior entendimento da importância do AD sobre a QV de indivíduos com DRC e o suposto valor preditivo do AD.

O objetivo do estudo é (1) verificar a existência de diferenças de ajustamento diádico (AD) segundo a modalidade de terapia renal substitutiva (TRS) e (2) verificar a existência de diferenças de qualidade de vida (QV) segundo a modalidade de TRS.

Material

Questionário sócio-demográfico e clínico: destinase à coleta e avaliação de dados sócio-demográficos e clínicos. O questionário leva em consideração os itens preferenciais da presente investigação. De modo a caracterizar a amostra, procedemos com a elaboração de um questionário sócio-demográfico e clínico (QSDC). O mesmo consiste de 24 itens: três de natureza geral, oito com foco em questões sóciodemográficas, onze sobre questões clínicas e dois itens para registrar as manifestações dos entrevistados sobre o estudo e o QSDC.

Escala de Ajustamento Diádico: a avaliação do AD foi realizada através da Escala de Ajustamento Diádico (EAD) de Spanier.1313 Spanier GB. Measuring dyadic adjustment: New scales for assessing the quality of marriage and similar dyads. J Marital Fam 1976;38:15-28. DOI: http://dx.doi.org/10.2307/350547
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,1414 Spanier GB. Improve, refine, recast, expand, clarify-don't abandon. J Marital Fam 1985;47:1073-4. DOI: http://dx.doi.org/10.2307/352354
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Esta foi a primeira escala a integrar todos os casais em regime de coabitação, casados ou não. A EAD é composta por 32 itens que buscam avaliar o ajustamento conjugal através de escalas tipo Likert, com cinco, seis e sete pontos. De forma geral, os pontos extremos das escalas significam «nunca» e «todo o tempo», respectivamente. Os itens 29 e 30 tem apenas duas opções, "sim" ou "não." Assim, de modo a elevar a confiabilidade da escala, alguns itens são afirmações positivas e outros enunciados negativos. A pontuação total pode variar de 0 a 151, e é obtida pela soma dos valores atingidos nas quatro escalas. Indivíduos com 101 pontos ou menos são classificados como desajustados ou em sofrimento no relacionamento, e os que alcançam 102 pontos ou mais encontramse em relacionamentos sem sofrimento e estão bem ajustados. O EAD busca avaliar as seguintes dimensões: (a) consenso diádico, em que é avaliado o nível diádico das desavenças do casal em uma ampla gama de questões (lazer, religião, finanças, amizades, convencionalidade, filosofia de vida, negócios com parentes, metas, tempo de relacionamento, tomada de decisões, trabalho doméstico, tempo de lazer e decisões ocupacionais); (2) satisfação diádica, em que é avaliada a percepção individual sobre a possibilidade de divórcio, a saída de casa após discussões, arrependimento com o casamento, implicâncias mútua, querelas, bem-estar, confiança no companheiro, beijar o parceiro, grau de felicidade e compromisso com o futuro do relacionamento; (3) coesão diádica, em que são examinados o grau de compartilhamento emocional do casal, a falta relativa de interesses mútuos, a estimulação de ideias, a diversão conjunta, a discussão tranquila e o trabalho conjunto em projetos; (4) expressão diádica de afeto, que avalia a percepção do casal sobre as presenças ou buscas e ausências ou recusas de demonstrações de afeto e relações sexuais.1313 Spanier GB. Measuring dyadic adjustment: New scales for assessing the quality of marriage and similar dyads. J Marital Fam 1976;38:15-28. DOI: http://dx.doi.org/10.2307/350547
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,1515 Hernandez J. Avaliação Estrutural da Escala de Ajustamento Diádico. Psicol Estud 2008;13:593-601. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722008000300021
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16 Spanier GB, Cole CL. Marital adjustment over the family life cycle: the issue of curvilinearity. J Marital Fam 1975;37:263-75.
-1717 Spanier GB, Thompson L. A confirmatory analysis of the dyadic adjustment scale. J Marital Fam 1982;44:731-8.

Questionário de qualidade de vida: a qualidade de vida foi avaliada através do questionário WHOQOLbref (WHOQOL-Group, 1998).1818 WHOQOL-Group. Development of World Health Organization WHOQOL-Bref Quality of Life Assessment. Psychological Medicine. 1998; 28: 551-58. O WHOQOLbref contem 26 perguntas, duas sobre saúde geral e doença (QV) e as demais representando cada uma das 24 facetas que compõem o WHOQOL-100 (dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso; mobilidade; atividades da vida cotidiana; dependência de medicação ou de tratamentos; capacidade de trabalho; sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e concentração; autoestima; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos; espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais; relações pessoais; suporte (apoio) social; atividade sexual; segurança física e proteção; ambiente do lar; recursos financeiros; cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade; oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; participação e oportunidades de recreação/lazer; ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima); e transporte). Todos esses itens podem ser agrupados em quatro áreas: domínio 1 - domínio físico (itens 1, 2, 3, 9, 10, 11 e 12); domínio 2 - domínio psicológico (itens 4, 5, 6, 7, 8 e 24); domínio 3 - relações sociais (itens 13, 14 e 15); domínio 4 - meio ambiente (16, 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23). A versão curta do WHOQOL-100 apresenta escala tipo Lickert, na qual os valores totais oscilam entre 0 e 100, com valores mais elevados de sinônimos de QV.1919 Canavarro MC, Vaz Serra A, Quintas L, Pereira M, Simões M, Quartilho MJ. et al. Desenvolvimento dos instrumentos de avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-100; WHOQOL-bref) para português de Portugal: Apresentação de um projecto. Comunicação apresentada no II Congresso de Saúde e Qualidade de Vida. Porto: Portugal; 2005.,2020 Pereira M, Canavarro MC, Vaz Serra A, Gameiro S, Corona C, Simões M. et al. Validação dos instrumentos de avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-100; WHOQOL-bref) para português de Portugal: desenvolvimento das escalas de resposta. Comunicação apresentada no II Congresso de Saúde e Qualidade de Vida. Porto: Portugal; 2005.

Procedimento

A investigação teve início com a solicitação e subsequente autorização para utilizar os instrumentos escolhidos. A seguir, foi definido o protocolo com os princípios e procedimentos relativos à presente pesquisa. O projeto foi então (a) apresentado para os centros clínicos convidados a participar, de modo a obter a autorização para iniciar o estudo. (b) A investigação seguiu os princípios fundamentais do direito à dignidade, segurança, bem-estar e respeito para com os participantes. (c) Os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e seus procedimentos, sem que houvesse qualquer pressão ou coerção para que os mesmos participassem do estudo. (d) As entrevistas foram sigilosas e os participantes não eram obrigados a responder as perguntas. A eles foi dada a opção de interromper sua participação a qualquer momento. (e) Todos os questionários foram preenchidos pelo pesquisador por conta das dificuldades posturais enfrentadas pelos participantes no momento do tratamento dialítico. O mesmo procedimento foi adotado para os participantes em diálise peritoneal automatizada (DPA), de modo a preservar a consistência da pesquisa. (f) Quando o participante não entendia alguma questão feita pelo pesquisador, a mesma era explicada até que houvesse o seu entendimento pleno. (g) De modo a otimizar as respostas dadas pelos participantes, o sofrimento físico e mental foi considerado durante toda a entrevista, sendo que, em algumas situações, um mesmo participante foi avaliado por dois dias. (h) Todos os participantes selecionados consentiram em participar do estudo e estavam em condições físicas e mentais para fazê-lo. A coleta de dados foi realizada entre setembro de 2008 e maio de 2009. Os dados dos últimos seis meses foram relacionados e as entrevistas conduzidas no último mês da investigação.

Os pacientes em hemodiálise (HD) foram entrevistados durante sessões de terapia renal substitutiva e os indivíduos em DPA em local e horário previamente combinados. Todos os pacientes responderam os questionários QSDC, EAD, WHOQOL-bref e HADS. A entrevista levou, em média, 40 minutos (23-79 minutos) (41 minutos para os indivíduos em HD e 36 para os pacientes em DPA). Dada a especificidade e a duração do tratamento dos pacientes em HD, as entrevistas tenderam a ser mais longas para esse grupo de indivíduos, uma vez que o ritmo do tratamento tinha que ser reduzido dependendo das condições do paciente. Além disso, de forma geral esses pacientes pediam mais esclarecimentos para entender melhor os problemas por eles enfrentados.

De modo a garantir a viabilidade das respostas, o investigador foi sempre o mesmo durante as entrevistas. O próprio pesquisador preencheu as pesquisas, o que pode ter reduzido algumas das limitações inerentes ao preenchimento de questionários, tais como: (I) viés retrospectivo (tendência do indivíduo de minimizar ou exagerar a percepção em torno de seus sintomas no momento da administração do inventário); (II) viés de desejabilidade social (tendência do indivíduo de responder o inventário segundo aquilo que é socialmente correto ou esperado); (III) viés de respostas aleatórias (quando o entrevistado não está motivado ou é incapaz de responder. Nesse caso, o indivíduo seleciona suas respostas de forma quase aleatória, sem qualquer critério). Devemos observar, ainda, que o fato do pesquisador administrar e citar os itens dos instrumentos pode ter reduzido o impacto de problemas relacionados a fidelidade.

Resultados

Amostra

A amostra consistiu de 125 pacientes com DRC, Destes, 31 estavam em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC) e 94 em HD. Os participantes foram selecionados a partir de três clínicas de nefrologia: (1) Unidade da Prelada (Porto); (2) Centrodial (São João da Madeira); e (3) Centro Renal da Misericórdia de Paredes (Paredes). O estudo foi realizado durante seis meses (24 semanas). Devemos observar primeiramente que não se trata de uma amostra probabilística, e sim de um grupo selecionado racionalmente.

Todos os participantes obedeceram os seguintes critérios de inclusão: 1. Ter diagnóstico de DRC; 2. Ter mais de 18 anos de idade; 3. Viver em regime de coabitação plena ou parcial; 4. Ter total conhecimento e estar bem informado sobre o diagnóstico; 5. Não apresentar perturbações do estado de consciência; 6. Não apresentar patologias mais graves que a DRC, exceto nos casos de doenças que resultam da DRC em si; 7. Ter consentido em participar do estudo (consentimento informado).

Foram analisados 125 indivíduos que satisfizeram os critérios de inclusão do estudo. As características sócio-demográficas dos participantes encontram-se detalhadas na Tabela 1.

Tabela 1
Descrição sócio-demográfica da amostra

Foi identificada uma distribuição equilibrada entre os dois gêneros na amostra estudada, contudo com uma significativa variação em termos de idades e escolaridade.

A vasta maioria encontrava-se em situação de inatividade, ou seja, estavam aposentados (por antecipação em alguns casos) ou desempregados. Devemos observar, ainda, que a maioria da amostra reside ou faz tratamento no distrito do Porto.

A análise das variáveis clínicas identificou que 75 dos pacientes entrevistados, ou 60% da amostra, apresentavam uma patologia como comorbidade, o diabetes mellitus. Observemos, ainda, que as possíveis etiologias da DRC mais identificadas nessa população foram a hipertensão arterial, em 40 pacientes, e o diabetes mellitus, em 35 indivíduos. A leitura da tabela indica que 94 dos participantes do estudo estão em hemodiálise e 31 em DPA. Dos 125 pacientes incluídos na amostra, mais da metade (52,8%) apresenta alterações em seus parâmetros clínicos (Tabela 2).

Tabela 2
Descrição clínica da amostra

Diferenças entre qv e tipo de trs

Não houve dados faltantes no WHOQOL-bref. A Tabela 3 apresenta as médias, desvios padrões e valores de significância obtidos a partir das diferenças entre os indivíduos em DPA e HD.

Tabela 3
Valores obtidos no instrumento WHOQOL-bref segundo tipo de TRS

Devemos observar que as escalas do WHOQOLbref são codificadas de modo que valores mais elevados correspondam a melhor QV. Diferenças estatisticamente significativas foram observadas nos vários domínios do WHOQOL-bref. Os indivíduos submetidos a DPA sempre apresentaram valores mais elevados que os pacientes em HD.

As diferenças entre ajustamento diádico percebido e modalidade de diálise dos pacientes com DRC foram analisadas.

Os resultados da análise dicotomizada do AD demonstraram uma importante associação entre AD e tipo de TRS (Tabela 4). Portanto, os resultados nos permitem destacar a dependência entre ambas as variáveis, em que uma sempre é fator preditor para a outra. Nesse sentido, e de forma a dispormos de resultados mais concretos, decidimos analisar as sub-escalas da EAD (não dicotomizadas) em relação ao tipo de TRS. Os resultados observados a partir do teste t de Student sugeriram a existência de diferenças estatisticamente significativas e revelaram a existência de uma relação entre as variáveis avaliadas (Tabela 5).

Tabela 4
Relação entre AD (dicotomizado) e tipo de TRS
Tabela 5
Valores obtidos no instrumento EAD segundo o tipo de TRS

Discussão

No tocante às variáveis demográficas, houve um percentual equilibrado de homens e mulheres, o que está de acordo com outros estudos.2121 Barata NC. Insuficiência renal crónica: relação diádica e qualidade de vida. Porto: Livpsic; 2013.

22 Barata NE, Meneses RF. Avaliação da qualidade de vida do insuficiente renal crónico. Saúde e qualidade de vida em análise. Porto: ESEP; 2008. p.269-91.

23 Trentini M, Corradi EM, Araldi MA, Tigrinho FC. Qualidade de vida das pessoas dependentes de hemodiálise considerando alguns aspectos físicos, sociais e emocionais. Texto Contexto Enferm 2004;13:74-82.
-2424 DeOreo PB. Hemodialysis patient-assessed functional health status predicts continued survival, hospitalization, and dialysis-attendance compliance. Am J Kidney Dis 1997;30:204-12. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)90053-6
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A variabilidade do nível de escolaridade refletiu bem a heterogeneidade dos usuários dos centros de diálise. Contudo, a escolaridade média da amostra parece espelhar algumas das dificuldades comuns que os usuários de centros de diálise enfrentam quando diante de instrumentos de auto-relato, motivo pelo qual elegemos a administração assistida dos questionários.

O presente estudo demonstrou que a QV dos indivíduos em HD era mais comprometida que a dos pacientes em DPA. Isso talvez se deva ao nível de comprometimento imposto por esse tipo de tratamento, durante o qual o paciente deve permanecer inativo, enquanto que os pacientes em DPA podem manter sua rotina normal.2121 Barata NC. Insuficiência renal crónica: relação diádica e qualidade de vida. Porto: Livpsic; 2013.

22 Barata NE, Meneses RF. Avaliação da qualidade de vida do insuficiente renal crónico. Saúde e qualidade de vida em análise. Porto: ESEP; 2008. p.269-91.
-2323 Trentini M, Corradi EM, Araldi MA, Tigrinho FC. Qualidade de vida das pessoas dependentes de hemodiálise considerando alguns aspectos físicos, sociais e emocionais. Texto Contexto Enferm 2004;13:74-82. Portanto, a QV2323 Trentini M, Corradi EM, Araldi MA, Tigrinho FC. Qualidade de vida das pessoas dependentes de hemodiálise considerando alguns aspectos físicos, sociais e emocionais. Texto Contexto Enferm 2004;13:74-82. é mais comprometida quando há prejuízos significativos nas dimensões físicas, além de serem patentes os comprometimentos de alguns aspectos físicos, sociais e emocionais. Assim, DRC, HD e DPA introduzem impactos significativos sobre a QV dos pacientes, tipicamente acompanhados de repercussões de peso sobre as dimensões físicas.2424 DeOreo PB. Hemodialysis patient-assessed functional health status predicts continued survival, hospitalization, and dialysis-attendance compliance. Am J Kidney Dis 1997;30:204-12. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)90053-6
http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)...

25 Mingardi G, Cornalba L, Cortinovis E, Ruggiata R, Mosconi P, Apolone G. Health-related quality of life in dialysis patients. A report from an Italian study using the SF-36 Health Survey. DIA-QOL Group. Nephrol Dial Transplant 1999;14:1503-10. PMID: 10383015 DOI: http://dx.doi.org/10.1093/ndt/14.6.1503
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/14.6.1503...
-2626 Romão Júnior JE, Pinto SWL, Canziani ME, Praxedes JN, Santello JL, Moreira JCM. Censo SBN 2002: informações epidemiológicas das unidades de diálise no Brasil. J Bras Nefrol 2003;25:188-9. Toda a vivência da DRC está sujeita a grandes mudanças, especialmente no caso dos pacientes em HD, dado que mudanças se fazem sentir diariamente em suas atividades corporais e recreativas.2727 Castro M, Caiuby AVS, Draibe AS, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crónica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev Assoc Med Bras 2003;49:245-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000300025
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O AD é percebido de forma mais vívida pelos pacientes em DPA do que pelos indivíduos em HD, uma vez que o tratamento pode ser menos negativo para o subsistema do casal que adota uma proteção afetiva e onde o cônjuge saudável oferece apoio e ajuda a elevar a autoconfiança e a capacidade de implementar o ajustamento comportamental. Consequentemente, e segundo o presente estudo, um ajustamento diádico menor, presente nos pacientes em HD, pode ser sinônimo de menos fatores de proteção contra o estresse e a vulnerabilidade a que esses indivíduos estão expostos. Também observamos a existência de grandes prejuízos, normalmente significativos e de grande duração para os pacientes renais em HD, em áreas como função renal, sensação de bem-estar, papel na família e no trabalho, tempo, recursos financeiros e fontes de função sexual, dentre outras,2424 DeOreo PB. Hemodialysis patient-assessed functional health status predicts continued survival, hospitalization, and dialysis-attendance compliance. Am J Kidney Dis 1997;30:204-12. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)90053-6
http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)...
com dolorosos reflexos sobre o relacionamento diádico dos pacientes. Dadas as mudanças destacadas há, em muitos casos, uma resignação desesperada que influencia negativamente a superação de situações traumáticas.

A presente pesquisa tem suas limitações, uma vez que os resultados observados não são representativos da população portuguesa com DRC; o processo de seleção de participantes foi limitado a apenas três centros de diálise, o que pode levar à introdução de vieses nos resultados obtidos.2828 Ramalheira C, Varandas P. Prevalência de transtornos mentais e do comportamento em consultas de Psiquiatria. Psiquiatr Clín 2000. Número especial:11-25.Outra limitação é a natureza transversal do estudo, que inibe a elaboração de afirmações tocantes a direcionalidade e causalidade. Seria de fundamental importância realizar estudos de característica longitudinal, que possibilitariam a inferência de relações de causalidade entre as variáveis estudadas. Portanto, é importante acompanhar os indivíduos com DRC e avaliá-los por um certo período de tempo. Assim, tentaremos obter uma relação temporal entre os fatores de exposição e as características estudadas.

Conclusão

O presente estudo conclui que: (1) o tipo de TRS afeta a percepção de QV dos indivíduos com DRC; (2) uma melhor compreensão do AD leva a um melhor entendimento da QV; e (3) há um melhor entendimento do AD na DRC nos casos submetidos a TRS por DPA.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2015

Histórico

  • Recebido
    28 Ago 2014
  • Aceito
    05 Mar 2015
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