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Distúrbio do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e sua associação com resistência à insulina em receptores de transplante renal

Resumo

Objetivo:

Avaliar as alterações do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG) em 1 e 12 meses após transplante renal (TR) e sua associação com a resistência à insulina.

Métodos:

Foi realizado um estudo clínico retrospectivo em um centro de cuidados terciários em receptores de transplante renal (RTR) com idade entre 18-50 anos com doença renal primária e função do enxerto renal estável. LH, FSH, E2/T e HOMA-IR foram avaliados em 1 e 12 meses após o TR.

Resultados:

foram incluídos 25 RTR; 53% eram homens e a média de idade foi de 30,6±7,7 anos. O IMC foi de 22,3 (20,4-24,6) kg/m2 e 36% apresentaram hipogonadismo em 1 mês vs 8% aos 12 meses (p=0,001). A remissão do hipogonadismo foi observada em todos os homens, enquanto nas mulheres, o hipogonadismo hipogonadotrófico persistiu em dois RTR aos 12 meses. Ficou evidente uma correlação positiva entre gonadotrofinas e idade em 1 e 12 meses. Cinquenta e seis por cento dos pacientes apresentaram resistência à insulina (RI) em 1 mês e 36% aos 12 meses (p=0,256). O HOMA-IR mostrou uma correlação negativa com E2 (r=-0,60; p=0,050) e T (r=-0,709; p=0,049) em 1 mês, sem correlação em 12 meses. O HOMA-IR aos 12 meses após TR correlacionou-se positivamente com o IMC (r=0,52; p=0,011) e a dose de tacrolimus (r=0,53; p=0,016).

Conclusão:

O TR bem-sucedido restaura o eixo HHG no primeiro ano. O hipogonadismo apresentou uma correlação negativa com a RI no período inicial após o TR, mas essa correlação não foi significativa aos 12 meses.

Descritores:
Transplante Renal; hipogonadismo; estradiol; testosterona; gonadotrofinas; hiperinsulinemia

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