Introdução:
O meduloblastoma é o tumor maligno do cerebelo com prognóstico reservado. Seu tratamento baseia-se somente em critérios clínicos, como os grupos de risco que levam em consideração apenas idade, extensão de ressecção, recidiva e metástase.
Objetivo:
Avaliar uma possível relação entre a imunoexpressão de biomarcadores (Ki67, receptor de neurotrofina-3 [TRKC], epidermal growth factor receptor [EGFR], B-cell lymphoma 2 [Bcl-2] e ciclina-D1) e os fatores prognósticos clínicos clássicos dos meduloblastomas.
Material e método:
Trinta e cinco amostras de meduloblastomas pediátricos livres de tratamento quimioterápico neoadjuvante foram separadas e revisadas quanto a sua classificação histopatológica, sendo duas áreas representativas do tumor utilizadas na construção de arranjos teciduais em matriz. Os seguintes dados clínicos de 29 pacientes foram utilizados para comparação com a expressão dos biomarcadores: idade do paciente, presença ou não de ressecção tumoral completa, estadiamento do paciente em grupo de risco, presença ou não de metástases, presença ou não de tratamento quimioterápico pós-cirúrgico e presença ou não de recidivas. O tempo de seguimento clínico do estudo variou de dois a treze anos, e os casos com desfecho fatal foram também analisados.
Resultados:
Os pacientes com idade mais elevada apresentaram expressão maior de TRKC (p = 0,033). Houve correlação inversamente proporcional e estatisticamente significativa entre o TRKC e o Ki67 (p = 0,027). Não houve relevância estatística nas análises do EGFR, Bcl-2 e ciclina-D1.
Conclusão:
A imunoexpressão do TRKC pode vir a ser considerada um biomarcador relacionado com tumores de melhor prognóstico em pacientes com meduloblastoma, contribuindo para uma melhor estratificação dos grupos de risco.
meduloblastoma; TRKC; Ki67; EGFR; prognóstico; comportamento biológico